Em todas as reuniões do Conselho de Administração que participo um dos assuntos que sempre me motivam a tecer comentários e observações é o acompanhamento dos resultados econômico-financeiros. Trata-se de um trabalho sintético, preparado pela Vice-Presidência Econômico-Financeira, que posiciona mensalmente o Conselho de Administração a respeito dos grandes números de receita e de despesa da Empresa.
Conjugando as informações desse acompanhamento com as trazidas pelo RAE – Relatório de Acompanhamento Empresarial, elaborado mensalmente pela área de planejamento da Empresa, se tem uma visão bem clara da situação geral da Empresa.
Esse exercício permanente de reflexão me tem preocupado, especialmente quando percebo situações que podem impactar fortemente os resultados econômico-financeiros da Empresa. Isso ocorreu, por exemplo, quando o Governo Federal deixou de aprovar tempestivamente a atualização de tarifas postais, e, com isso, colocou a Empresa numa situação difícil e ainda não totalmente resolvida, pois a atualização tardiamente aplicada só recuperou parte da defasagem já configurada.
Penso que devemos ter muita clareza e transparência ao avaliar nossos resultados. Por isso, defendo sempre a importância de serem levadas informações sobre esses resultados até os empregados e com eles debatidas as possíveis causas dos resultados abaixo do esperado, assim como as medidas cabíveis para correção. Também me preocupo que as informações sejam bem interpretadas, evitando situações como a de tomar uma previsão ou perspectiva como realidade, quando, no presente, esse quadro previsto ainda não se materializou. Isso tem ocorrido na Empresa com alguma frequência quando se trata do tráfego de correspondências, que, dependendo da abordagem, é mencionado como em declínio, quando, na verdade, isso não ocorreu, ainda que seja uma concreta perspectiva para o futuro, como apontam os históricos de outros correios.
Assim, de forma bem clara e transparente, podemos afirmar que a queda dos resultados econômico-financeiros da Empresa não pode ser atribuída à queda de demanda de nossos serviços tradicionais, pois isso não aconteceu. Temos, sim, um quadro de crescimento de despesas em percentual superior ao crescimento de receitas e de achatamento tarifário nos serviços da área de reserva.
Como enfrentar esse quadro e tentar reverter os resultados negativos acumulados nos primeiros meses do ano me parece ser hoje na Empresa o principal desafio da gestão.
Marcos, primeiramente quero parabenizá-lo pelo brilhante texto que resume bem o que está ocorrendo com a empresa.Apesar de alguns fatores, como a falta de aumento da tarifa, o grande problema é a má gestão que tem como consequencia as despesas absurdas que estamos tendo.O problema não é a receita, mas sim a despesa.A empresa gasta mal.O que mais me preocupa, é que como a empresa não sabe obter receita, também não sabe cortar despesas.Corta o que não deve, e o que deve continua gerando gastos.Não adianta cortar a bolacha água e sal dos treinamento, ou R$10,00 reias de uma conta de energia, se mantém diretorias em estados que não geram receita, várias gerências cujo trabalho poderia ser executado por seções, possui funções em excesso, principalmente na Administração Central, onde centenas de pessoas ocupam funções de valores elevados, enquanto a massa ganha mal, e trabalha muito.A folha salarial aumentou bilhões de reais nos últimos anos, e sabemos o motivo.A troca de técnicos por funcionários despreparados continua e isso afeta diretamente as atividades.Quem trabalha, que é a grande maioria da empresa, não pode pagar por ações de uma minoria.Hoje a empresa não escuta mais os trabalhadores, os quais tem soluções para os problemas, mas a empresa está fechada para opiniões.As vezes os trabalhadores opinam, mas quem escuta não tem discernimento, ou não consegue interpretar, ou não quer ouvir.Enquanto a gestão da empresa não for mudada, continuaremos no prejuízo.A empresa é lenta não adota as ações em tempo hábil. Veja o mvno, banco, transportador logistico, todos projetos bons, mas parados.
ResponderExcluirDentro do princípio da transparência, o qual deve permear a administração pública, bem como as empresas estatais como os Correios, sugiro que esse conselheiro nos posicione sobre o real estado financeiro da empresa até como forma de evitar falsas notícias alarmantes.Pelos corredores corre a informação de que mesmo economizando 1 bilhão no ano, ainda sim teríamos 1 bilhão de prejuízo, bem como a empresa, a partir de meados do próximo ano, não conseguiria mais honrar seus compromissos.É isso mesmo.Como representantes dos trabalhadores, seria interessante nos posicionar sobre a real situação da empresa.
ResponderExcluirVou reforçar junto à direção da Emprsa a importância de esclarecer os trabalhadores, cada vez mais, sobre a real situação da Empresa. Há muita desinformação ainda e o colega tem razão quando postula maior transparência.
ExcluirPreazo Marcos César,
ResponderExcluirOnde o empregado pode consultar as demonstrações econômico-financeiras da ECT?
Você conhece endereço para consulta?
Irno Jacobsen
Respondi diretamente ao Irno. Porém, para que outros colegas saibam, as demonstrações econômico-financeiras anuais estão em: http://www.correios.com.br/sobre-correios/a-empresa/publicacoes/demonstracoes-financeiras
ResponderExcluirJa vimos de tudo nos Corrieios.
ResponderExcluirA unica coisa que falta acontecer nessa empresa e atraso de salarios. So falta isso para afundar de vez esse barco comendado por marinheiros inexperientes... e politicos interesseiros.
Muito me preocupo quando ouço falar em cortes de despesa, porque é preciso saber onde cortar para podermos garantir uma empresa enxuta, porém capaz de gerar receitas e competitiva. Esse sem dúvida é o grande desafio para os novos gestores.Outra preocupação é saber se esses gestores que aí estão são capazes de entender e orientar as mudanças que se fazem necessárias. O mês de janeiro já está chegando ao fim e não percebo uma reação da empresa para reversão do cenário atual.
ResponderExcluirConcordo com sua abordagem quando afirma que a queda dos resultados não pode ser atribuída a queda na demanda por serviços postais tradicionais. Entretanto, não podemos permanecer agarrados a esse segmento, quando outros mais promissores no segmento concorrencial estão recebendo pouca ou nenhuma atenção. Não vemos investimento, por exemplo, em logística. Não há atuação agressiva da empresa e sem novidades para o mercado não podemos estabelecer metas de receita com incremento que se baseia em série histórica. O mercado funciona de forma diferente.