NÃO ESTAMOS EM GREVE!
Carteiros do CDD Alvorada também estão revoltados com o atraso das correspondências.
Não temos efetivo suficiente, pois não temos concurso público desde 2011.
Trabalhadores do CDD Alvorada.
A imagem, que fala por si, é uma demonstração concreta dos efeitos que uma gestão incompetente e descomprometida com a organização pode produzir.
Não conheço a situação específica do Centro de Distribuição Domiciliária Alvorada (CDD Alvorada), mas compreendo a situação em sua generalidade e já tenho abordado o tema inúmeras vezes no blog e nas reuniões do conselho de administração.
Por decisão da área de gestão de pessoas dos Correios, avalizada pela Diretoria Executiva, os Correios deixaram de realizar concursos públicos desde 2011. Em consequência, com a natural rotatividade de pessoal (aposentadorias, transferências, mortes etc.) e com a própria dinâmica do mercado, foram surgindo lacunas nas unidades operacionais da Empresa, as quais não foram cobertas. Os remanejamentos de pessoal inicialmente adotados para cobrir as lacunas logo deixaram de ser viáveis e as soluções vieram com a alocação de mão de obra terceirizada, em alguns casos, e a simples permanência da vaga em aberto em outras, como parece ser o caso do CDD Alvorada.
Como já mencionei em postagens anteriores, somente uma equipe totalmente alheia à realidade operacional da Empresa, como era a direção da área de gestão de pessoas da época e sua assessoria terceirizada (ainda assessorando a atual gestão), poderiam ter tomado decisão tão equivocada, que não só tem sido responsável pela queda de qualidade dos serviços, mas também pelo aumento de outros custos, como os decorrentes de contratação de mão de obra terceirizada, pagamento de indenizações, horas extras etc., todos decorrentes da falta de efetivo adequado ao desenvolvimento dos trabalhos. Um grande tiro no pé, que não foi consertado até hoje.
Qualquer estagiário numa indústria percebe, nos primeiros dias de trabalho, que não pode prescindir das pessoas necessárias para as operações de sua Empresa. Nos Correios, as cartas não saem sozinhas pelas ruas procurando endereços, as encomendas não voam até os destinatários e os clientes não são atendidos por robôs nas agências. São pessoas que fazem esses serviços e que precisam estar diariamente em seus postos para que a Empresa funcione. Prover adequadamente essas pessoas é algo tão básico que nem deveria merecer destaque entre as preocupações de uma gestão. Deveria ser algo rotineiro, como deve ter percebido nosso estagiário. Nos Correios, porém, essa questão virou um grande problema, um imbróglio que se desdobra sem que os dirigentes encontrem solução e que se agrava com o quadro de déficit financeiro instalado na Empresa. Tudo porque incompetentes foram alçados a cargos de direção, protegidos por indicação política, e por aqui fizeram o que lhes deu na telha, sem nenhuma base técnica, deixando-nos um legado maldito, que compromete os resultados da Empresa.
É necessário que isso mude, que os dirigentes da organização sejam escolhidos entre pessoas que realmente entendam das áreas que comandarão e que o façam com responsabilidade.
Por fim, é importante que compreendam o mais básico de tudo, como já percebeu nosso estagiário: os Correios são uma empresa de pessoas.
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