Na década de 80, chegavam ao Brasil os primeiros aparelhos de fax e, com eles, a ameaça da substituição da correspondência postal por um sucedâneo que permitia a comunicação em minutos em vez de dias. Em vez de pensar em extinção, os Correios criaram, então, o serviço de fax post, levando a nova tecnologia para o grande público, que não tinha condições de possuir um aparelho transceptor de fac-símile próprio.
Na década de 90, começou a ser disseminado no Brasil o uso da internet e, de forma análoga ao que ocorreu com o fax, também se vislumbrou ali o fim do serviço postal. Novamente, os Correios viram na nova tecnologia uma oportunidade e passaram a utilizar intensivamente a internet, inclusive para prestar seus tradicionais serviços de carta e de telegrama. Nos dias atuais, mais de 400 mil dos cerca de 15 milhões de telegramas enviados anualmente chegam aos Correios pela internet, onde são processados eletronicamente e transformados em objetos impressos, para entrega aos destinatários.
Essas duas pequenas histórias nos mostram que as novas tecnologias constituem não só uma ameaça, pela efeito substituição que sempre carregam, mas também uma oportunidade, que sempre pode ser explorada para melhorar os serviços. Mostram também que algumas mudanças de hábitos de consumo não se dão de forma disruptiva, mas sim de forma progressiva.
Saber compreender isso e aproveitar as novas tecnologias na melhoria dos serviços oferecidos é o grande desafio de toda prestadora de serviços, incluindo os Correios. Importante nunca descuidar disso, como não descuidamos na época da chegada do fax e da internet.
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