terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Sonho ou Visão?

A atual realidade corporativa dos Correios tem frequentemente me levado a olhar para o retrovisor, saudoso de momentos anteriores nos quais tínhamos expectativas bem mais alvissareiras com relação ao futuro de nossa organização. Naqueles momentos, vislumbrávamos uma grande empresa, com atuação em vários segmentos de negócios e presença até mesmo no exterior, constituindo não só o principal braço logístico do Governo Federal, mas também uma importante plataforma de negócios para as empresas brasileiras, com impacto relevante no desenvolvimento do país. O crescimento da participação do faturamento na Empresa no PIB brasileiro seria a medida do sucesso.

Na atualidade, para alguns, esse cenário vislumbrado era apenas um sonho, algo distante e inalcançável. Para outros, porém, entre os quais me incluo, era uma visão a ser perseguida com competência e determinação.

Como na fábula dos vendedores de calçados que tiveram percepções opostas com relação ao,potencial do mercado indiano para seus produtos (um considerou não haver mercado porque todos usavam sandálias e o outro considerou que tratava-se de um mercado gigantesco, bastando que os clientes passassem a usar sapatos em vez de sandálias), temos aqui duas percepções bem antagônicas - os que acreditam que a situação econômico-financeiro da Empresa é tão grave que não haverá saída e os que acreditam que bastaria o resgate dessa visão e um bom comando para que o quadro mudasse radicalmente para melhor. Estou entre os últimos.

A inspiração para vislumbrar oportunidades onde alguns só enxergam problemas vem da própria observação da importância que grandes correios têm para os respectivos países. É fácil perceber, por exemplo, o quanto o Deutsche Post, controlador da DHL, é importante para as empresas alemãs e para os próprios cidadãos daquele país. E o mesmo ocorre em diversas outras situações, sempre com impacto significativo na economia nacional.

No Brasil, um país com dimensões continentais e com uma economia relativamente bem desenvolvida, o papel dos Correios é muito importante, para integrar o País, levando serviços às diversas regiões. E isso, muito mais que um ônus (universalização), é uma imensa oportunidade de desenvolvimento de negócios à espera de adequado desenvolvimento.

Com parcerias construídas dentro da legalidade, sem interferências políticas ou de qualquer outra ordem, e com o objetivo comum de ampliar a prestação de serviços aos clientes, muitos novos negócios podem ser erguidos rapidamente, potencializando os resultados da rede de agências e da rede logística da Empresa e levando desenvolvimento ao interior do país. Nessas parcerias, a marca da Empresa será um ativo importante, que gerará muito valor para os negócios.

A materialização de uma visão assim não foi impossível para diversos correios e não precisa ser apenas um sonho no Brasil. Mas ela não se realiza apenas por ser anunciada. Precisa ser assumida por todos - acionista (Governo Federal), direção e trabalhadores. Precisa de competência para ser implementada. E significará muito trabalho a ser feito por todos.

A outra alternativa é considerar que tudo isso é apenas um sonho, que a situação é muito complicada e sem solução, que os negócios definham e que só resta encolher. Não é esta a minha opinião.

Um comentário:

  1. Perfeito Marcos Essa é a visão que nos fazia desenvolver um correio gigante para benefício do Brasil

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