Na Wikipédia temos o seguinte sobre PREJUÍZO:
"Prejuízo financeiro ocorre quando alguém ou alguma instituição gasta mais do que arrecada.
Em contabilidade, o prejuízo é o oposto do lucro. Ambos são saldos na conta denominada "resultados" ou "lucros e perdas", que podem ocorrer ao final do exercício (em geral, um período de doze meses)."
Um colega me alertou hoje sobre um tipo de abordagem conceitualmente incorreta que tem sido utilizada com alguma frequência nas comunicações oficiais da Empresa. Isso, de fato, tem me incomodado porque pode induzir as pessoas, especialmente as que estão fora do ambiente da Empresa, a erro de avaliação.
O exemplo citado pelo colega e extraído de uma informação distribuída aos trabalhadores foi o seguinte:
"A paralisação apenas torna mais grave a atual situação financeira dos Correios — nos últimos dois anos, a empresa apresentou prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4 bilhões, sendo que 65% desse total correspondem a despesas de pessoal."
A frase mistura indevidamente conceitos, quando parece tratar como resultado o que é despesa. E, ainda que a intenção de quem escreveu possa ter sido outra, a frase está errada e pode induzir mesmo os leitores a erro de avaliação.
Despesas com pessoal, com transportes, com comissões pagas a franqueados, por exemplo, são expressivas nos Correios porque a Empresa é uma grande organização, com milhões de operações sendo realizadas a cada dia. Essas despesas, porém, devem ser vistas como o que são de fato - despesas - e não como prejuízo, que é, conceitualmente, um resultado negativo na relação entre receitas, custos e despesas.
A avaliação de prejuízos de uma organização passa, necessariamente, pela determinação de suas causas e não pela citação pura e simples de uma ou outra despesa. Algumas despesas, embora expressivas, podem, inclusive, nada ter a ver com os prejuízos incorridos.
Obviamente, um plano de recuperação terá que abranger todas as principais despesas e ter ações específicas para cada uma delas. Mas, num contexto assim de prejuízo financeiro, é ainda mais importante que não se misturem conceitos, que se tenha um bom diagnóstico de causas e que se construa um plano de recuperação consistente, sem equívocos ou interpretações incorretas, que só confundem as pessoas.
Olá Marcos.
ResponderExcluirRealmente, os conceitos de Despesa e Prejuízo são completamente distintos, pois o primeiro é uma variável da equação que define o segundo.
Acredito que sim, as despesas de pessoal são mesmo responsáveis por grande parte de nosso prejuízo, entretanto, não devem ser vilanizadas como têm sido nos últimos anos.
Os grandes vilões da Empresa que podemos indicar, são apadrinhamento e aparelhamento políticos que permitem que pessoas tomem decisões desastrosas e nocivas, tanto a curto quanto a longo prazo para a instituição.
Um abraço.