Entre os temas que têm preocupado os ecetistas nas últimas semanas, temos a reestruturação da Empresa.
Especialmente os colegas que exercem posição de liderança se preocupam em saber que tipo de estrutura a Empresa passará a ter e, nessa nova conformação, como será sua possibilidade de atuação.
O fato de estarmos em meio a um processo anterior de reestruturação que não foi concluído acentua as preocupações e se soma também a um contexto mais geral de crise institucional vivida pelo Governo como um todo.
Em geral, todos gostariam de enxergar uma luz no fim do túnel, que trouxesse a conclusão dos ajustes organizacionais eventualmente necessários, mesmo que esses significassem passos atrás em algumas questões, se isso realmente fortalecesse a Empresa e permitisse que as pessoas trabalhassem de forma mais organizada e produtiva.
Nesse contexto, tenho preocupações adicionais com este assunto, não só pela posição exercida, de conselheiro, mas também porque acompanhei bem de perto o processo anterior de reestruturação, que resultou na busca de uma organização por unidades de negócios. Fui convencido pelos estudos então realizados de que o caminho adotado era o mais adequado para que a Empresa materializasse seu plano estratégico. Agora, quando se propõe uma mudança de modelo que retoma o rumo do modelo funcional, precisaria de material técnico robusto para sustentar uma decisão assim, que trará efeitos sérios para o funcionamento da Empresa e para as pessoas. Não teria, porém, nenhuma restrição a mudar de opinião, desde que essa estivesse bem fundamentada.
Infelizmente, porém, o material que nos foi oferecido não trouxe, a meu juízo, essa robustez. Pode até estar - e espero que sim - no rumo adequado, diante das mudanças de contexto do mercado havidas, mas não tem a densidade que seria de se esperar em termos de documentação formal para sustentar algo tão importante assim. Isso me impediu, hoje, de votar pela aprovação da proposta de desdobramento estrutural (modelo operacional) que foi levada à apreciação do Conselho de Administração.
Quem conhece minha história na Empresa, sabe que essa sempre foi pautada na coragem, no esforço de superação para fazer que as coisas acontecessem, sempre em prol do desenvolvimento da organização. Um voto contrário como este não é, portanto, algo trivial para mim. Não é uma decisão que tome com satisfação, mas que se tornou necessária diante de um processo que não teve a formalidade que considero minimamente necessária para sustentar uma decisão noutro sentido.
Sobre o mérito da proposta, entendo que, embora a conformação estrutural da Empresa seja muito importante, temos a enfrentar questões de fundo que impactam nossos resultados independentemente do modelo de organização que escolhamos - unidades de negócios ou funcional. A principal dessas questões está no processo de indicação política das posições de gestão, do topo à base. Isso precisa mudar para que a Empresa, com a organização que tiver, volte a se desenvolver, a recuperar seus resultados econômicos e a qualidade dos serviços.
Com boas lideranças, o modelo organizacional que for escolhido poderá ser rapidamente otimizado, com o alinhamento dos esforços das pessoas. Se, porém, não contarmos com isso, os esforços continuarão sendo perdidos, independentemente da estrutura que desenharmos, pois cada modelo tem suas vantagens e seus defeitos, mas todos dependem de boa liderança para serem implementados.
Tomada agora a decisão de seguir com a reestruturação, torceremos para que tenhamos um desenrolar de implantação bem conduzido pelas equipes dos Correios e da consultoria contratada, sem atropelos desnecessários, sem processos abandonados pelo caminho e com a adequada comunicação com os trabalhadores, que precisam compreender os benefícios que se busca com a mudança, para se engajarem no processo.
O voto apresentado se encontra no seguinte link: Voto sobre modelo operacional.
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