quinta-feira, 29 de maio de 2014

Tarifas - O Globo - 29/05/14

Da coluna de Ancelmo Gois, no Globo - 29/05/2014
Fator Guido Mantega
Os Correios, além da Petrobras e da Eletrobras, sofrem mais que sovaco de aleijado com o congelamento de preços.
Segundo Marcos César Alves Silva, representante dos funcionários no Conselho de Administração, os Correios estão há dois anos impedidos de corrigir os preços de serviços postais. Ele diz que as perdas superam R$ 400 milhões.

3 comentários:

  1. Em relação ao aumento de tarifa tenho conhecimento superficial do assunto, sabendo apenas que é necessária autorização do Ministério da Fazenda, para que a empresa promova o reajuste, porém nada obsta em refletirmos sobre alguns pontos:
    1 - A empresa tinha um serviço denominado Impresso Especial que poderia receber algumas características da mala direta postal, em síntese, uma reformatação seria o necessário;
    2 - Porém a práxis foi criar um serviço similar, ainda mais barato que o impresso;
    Ai eu pergunto: Será que é só o governo que é culpado?
    Observo a distância a situação desse novo serviço, disponibilizado, mais barato, chamado MDPB, sob seguintes aspectos:
    - Uso de chancela, impressa em máquina de franquia, que obriga o uso de fitas, o uso de cartuchos de máquinas de franquear, caríssimos, o uso de mão-de-obra, para colar as etiquetas e para cumprir o plano de triagem. Ao passo que chancela é economicamente mais viável.
    - Soma-se a isso um gigante plano de triagem e um preço reduzido, que de certa forma eleva os custos para a rede de atendimento e inviabiliza o serviço.
    Experimentem ler os resumos de serviços dos diversos tipos de malas diretas criados, avaliem os preços em relação ao impresso e reflitam se realmente é só o governo que é o culpado do que está acontecendo.
    As tarifas postais de mensagem na verdade precisam é de uma reengenharia, simples, passando a ser tarifa de acordo com a necessidade do remetente: URGENTE ou NÃO URGENTE, onde o interessado escolhe o serviço de acordo com sua necessidade de entrega.
    Isso evitaria a pedagogia que existe em torno do que é impresso ou carta, pois naturalmente carta é urgente e impresso é não urgente.
    Mas não é bem assim: Tem lá no site que no serviço postal, há impresso normal e Impresso Urgente.
    Uma empresa que deseja obter o reconhecimento como empresa de classe mundial, deve se livrar dessas amarras, que é ficar classificando o que é impresso e o que não é impresso, quando seria mais fácil e economicamente mais viável disponibilizar ao cidadão usuário os serviços urgente e não urgente, tarifando por modalidade de destino: Local, Estadual e Nacional.
    Empresas de transportes coletivos já apresentam no calculo de seus preços os gastos com pedágios, novas barreiras no trânsito, porém a centenária ainda fica criando serviços cada vez mais burocráticos.

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  2. PARTE 02:
    Por que burocráticos:

    Veja quantas páginas de manuais são dedicadas a detalhar o que é impresso e o que é carta, não se traduzindo isso em receita, apenas em burocracia que não agrega valor ao negócio, por que sempre se depara com carta classificada como impresso.

    Outra burocracia está relacionada aos tipos de cartas: Carta é carta, não tem sentido classificar em carta não comercial ou carta comercial, gerando mais um ponto de burocracia, que é materializado pelo manual de instrução sobre o que é carta comercial e carta não comercial.
    E não para por ai, tem os portes: 1º, 2º, 3º, 4º e 5º porte que demanda o uso de balanças, manutenção de balanças, aferição periódica de balanças e uso de pessoas para tarifar cartas.
    Pergunto:
    Cadê o auto atendimento?
    o autoatendimento não é possível pela burocracia dos portes, das classificações de tipo de cartas, da classificação entre Impresso e o que é carta.
    E para entender tudo isso é preciso gastos e mais gastos com treinamento, horas de redação de manuais e normas, que nada esclarecem, mas que encarecem o processo produtivo, de onde surge a fala que a saída é reajustar as tarifas públicas, quando na verdade a saída é atuar nas variáveis internas.
    Faço aqui um pergunta: A empresa tem máquinas de triagem a mais de uma década: Até hoje se quer as agências conseguem enviar objetos postais, classificados a olho nú, como máquinável, mas isso não acontece, por que a práxis é contratar MOT - mão de obra temporária, para aquela sempre alegada frase de que os centros estão sem OTT ou aplicar a elasticidade dos planos de triagens para as agências.
    Tudo isso são práticas que levam a custos e o caminho mais fácil é sempre alegar que o governo não autoriza o reajuste para justificar o baixo desempenho que foi o lucro líquido cair de 1,05 bi para 325 milhões.
    Seria fácil se todos pudessem chorar com o governo para aumentar o salário de acordo com as dívidas, mas não é assim que funciona.

    A empresa está pegando funcionários que prestaram concurso para ganhar salário base em cargo de nível médio e os elevando para funções de R$ 20.000,00 reais e ainda quer culpar o governo. Essa prática se iniciou quando criaram a remuneração singular.

    Falar isso é tabu, mas um dia vamos ter que encarar isso, por que esse valor está incorporando na remuneração de muitos, que uma vez elevados incorrem na terceira lei da dialética: negação da negação do cargo concursado.

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    1. Matéria muito boa p/ uma grande reflexão.
      Com relação as maquinas de triagem, alem de não ajudar as agencias, também não eliminaram os subsídios nas tarifas objetos FAC, chegando até conceder 15% de descontos na tabela. Cartas consideradas na categoria comercial, tamo bem de coração.

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