quarta-feira, 27 de junho de 2018

A indignação de um participante de fundo de pensão

Há alguns dias recebemos a informação de que ativos já bem desvalorizados que compunham nossos fundos de previdência privada - BD Saldado e PostalPREV - foram reprecificados, agora para zero, ou seja, foram considerados pelo interventor como sem nenhum valor real. Os números preliminares apresentados são alarmantes, significando prejuízos em 2017 de mais de 45% no fundo BD e de mais de 11% no PostalPREV.

Num momento em que se noticia que os fundos de previdência privada brasileiros tiveram uma valorização média de 11%, os participantes e assistidos do POSTALIS são surpreendidos por uma situação completamente distinta como essa, que representa um grande desfalque em suas aposentadorias.

E nada se ouve de recuperação de investimentos, de efetiva cobrança daqueles que indevidamente produziram prejuízos ao Postalis. Até mesmo as prisões de pessoas que contribuíram para os desvios ocorridos no instituto são anunciadas num dia pela polícia e desfeitas no outro pela justiça. 

O que pode contra este estado de coisas um idoso aposentado ou um participante que se preparava para aposentar-se?

Do Governo, que nunca hesitou em aparelhar as diretorias dos fundos de pensão e que se omitiu na fiscalização dessas entidades, podemos esperar o que? Que tente salvar os planos e institutos ou que busque diminuir o prejuízo para as patrocinadoras (estatais) e, consequentemente, para si mesmo, passando o prejuízo para os participantes e assistidos?

No caso do POSTALIS, se o próprio Tesouro Nacional orienta a Empresa a não pagar a RTSA, podemos esperar que algum outro órgão subordinado ao mesmo Ministério (da Fazenda), como é a PREVIC, faça algo para resolver essa pendência a favor dos trabalhadores ou devemos esperar que seja leniente com esse assunto?

E da Justiça, onde há ações sobre o POSTALIS tramitando há vários anos, sem evolução significativa, podemos esperar o que? Que a justiça resolva agora milagrosamente acelerar a análise do assunto? Que nos dê alguma liminar inusitada após anos de análise? Ou que continue em seu próprio tempo, enquanto a penúria vai alcançando os participantes e assistidos?

Confesso que olho para esse quadro com indignação e desesperança. Me vejo aprisionado numa situação para a qual não contribuí; não consigo enxergar saída. Espero, porém, estar errado e ainda haver alguma esperança de que tudo isso seja resolvido e eu e os milhares de colegas aposentados ou em vias de se retirar tenhamos alguma paz no futuro, pois foi para isso que contribuímos todo mês com uma parte significativa de nossos rendimentos.

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