Recentemente, a ADCAP publicou um NEWS tratando da Postal Saúde. No informativo, a ADCAP questionava medidas como a substituição dos gerentes das URRs por indicados políticos, a substituição de um diretor técnico por um correligionário político e também a criação da função de especialistas pela Postal Saúde. Com relação à criação dos cargos de especialistas, a ADCAP informou como se deu a votação, decidida pelo voto de qualidade do Presidente do Conselho Deliberativo.
Depois da publicação da ADCAP, recebi cópia de manifestação do Presidente do Conselho Deliberativo, a respeito da questão dos especialistas.
Penso que a ADCAP tem razão em contestar uma decisão que vem na contramão de outras iniciativas voltadas para a redução de despesas com saúde, pois a associação enxergou nessa medida mais uma porta para aparelhamento da Postal Saúde. Já o Conselho Deliberativo viu a medida como necessária para aproveitar o pessoal técnico e, com a redução simultânea da remuneração dos gerentes de URRs, entendeu que adotava uma medida sem impacto em custos.
Situações como a das contratações de pessoas com indicação política para gerenciar núcleos da Postal Saúde, assim como a substituição de Diretor Técnico por outro também politicamente indicado criam um clima de desconfiança, que desmotiva e indigna as pessoas. Os brasileiros - trabalhadores dos Correios incluídos - não tem mais paciência com o aparelhamento político-partidário que se instalou no País e na Empresa, e que vem destruindo carreiras, resultados e esperanças. Assim, como esperar que se acredite que os novos cargos criados serão tecnicamente preenchidos, quando a prática mostra o contrário? Como acreditar que seja uma medida boa, se todos os representantes dos trabalhadores no conselho deliberativo votaram contra a medida? Por que esses representantes não foram convencidos da necessidade da medida pelos demais conselheiros? São reflexões que nos ocorrem ao ler a News da ADCAP e a manifestação do Presidente do COD.
Esperamos que os próximos dias mostrem que, apesar de todo este contexto, a decisão de criação da função de especialista se mostre necessária e importante, e que tais posições sejam preenchidas de maneira parcimoniosa, com pessoas que detenham capacidade técnica e que não tenham aqui chegado por indicação político-partidária. E, se não for assim, que as representações de trabalhadores critiquem de forma ainda mais contundente tal iniciativa, que terá se mostrado nociva.
Registramos, finalmente, que vemos com preocupação as dificuldades que iniciativas de aparelhamento político-partidário criam para que a Postal Saúde alcance os resultados que se espera dela. Esperamos que isso seja logo corrigido, afinal a caixa de assistência não foi criada para ser mais um cabide de empregos, mas sim para cuidar melhor da saúde dos trabalhadores dos Correios.
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