Com a reestruturação em curso, muitos trabalhadores perderam as funções que exerciam e tiveram que ser realocados em outras atividades. O prejuízo econômico, com remuneração reduzida, e profissional, com um nível inferior de atividade, foi significativo em muitos casos. É um preço elevado que é cobrado dos trabalhadores, para que a Empresa seja ajustada à nova estrutura.
Por outro lado, movimentos dissonantes continuam em curso ou são iniciados pela direção, como, por exemplo, a manutenção nos quadros da Empresa dos onerosos assessores especiais, contratados politicamente e sem concurso público, ao arrepio da lei, e de cedidos posicionados em elevadas funções de assessoramento, assim como a recente tentativa de criação de quatro cargos estatutários, o que, na prática, significa dizer mais 4 posições de Diretoria, para exercer atribuições que podem ser perfeitamente desempenhadas por empregados que venham a ocupar funções já existentes na Empresa, sem implicar acréscimos de despesas.
De forma simples, as posições de assessores especiais têm servido, tão somente, para a direção acomodar indicados políticos e as de cedidos para multiplicar salários de servidores protegidos. Nenhum deles é estrategicamente necessário para a Empresa e sua presença só onera a folha de pagamento e o plano de saúde. Em momento de aperto orçamentário, estas deveriam ser as primeiras posições a serem eliminadas, mas vão permanecendo, enquanto os profissionais do quadro próprio vão sendo cada vez mais sacrificados, sendo inclusive acusados injustamente de serem os causadores da situação crítica em que a Empresa se encontra, embora continuem "carregando o piano" de uma forma ou de outra.
Já a proposta de criação de quatro posições de Diretoria beira o absurdo, pois o natural seria estarmos debatendo movimento contrário, ou seja, de redução dessa quantidade de posições na Empresa, já que a situação é de aperto orçamentário. Uma empresa que reduz drasticamente, como foi feito, sua força de vendas e diversas outras estruturas e que cogita aumentar posições de Diretoria não pode estar num bom caminho.
Contrassensos são típicos de gestões descomprometidas. Mas tudo tem um limite. E os responsáveis por decisões assim completamente despropositadas precisam responder pelos prejuízos que imputam aos Correios e, por consequência, à sociedade brasileira.
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