domingo, 14 de fevereiro de 2016

Liderança e Gestão

Quando publiquei recentemente uma postagem no blog sobre a atual situação econômica da Empresa, recebi algumas mensagens de colegas ponderando que faltou abordar os problemas de liderança e de gestão nos Correios. Informei aos colegas que o objetivo da matéria era oferecer, de forma concisa e clara, uma rápida visão sobre a situação econômica dos Correios, apontando os principais fatores externos que influenciaram na configuração desse quadro e que, noutra oportunidade, trataria dessa questão da influência da liderança e da gestão nos resultados da Empresa. É isso que tentarei fazer nesta postagem.

De fato, não podemos atribuir totalmente a situação da Empresa aos fatores externos tratados em nossa postagem anterior (
Uma grande e vigorosa empresa ), apesar de a soma dos impactos daqueles fatores corresponder praticamente ao resultado financeiro negativo que a Empresa deverá registrar em 2015. Com adequados processos de gestão e de liderança, certamente tais impactos poderiam ter sido minimizados.

Nos últimos anos, infelizmente, a Empresa passou por um processo de desaprendizado organizacional muito sério, em que não só sua cultura, mas até mesmo os valores integrantes de sua identidade corporativa foram sistematicamente violados, principalmente com os objetivos de acomodar indicações políticas para funções de chefia e de abrir oportunidades nos Correios para pessoas de fora do quadro próprio.

Ao tratar politicamente a ocupação das funções, de forma ampla e disseminada, e trazer pessoas de fora para ocupar elevadas funções na administração central da Empresa, a Diretoria, capitaneada pela Vice-Presidência de Gestão de Pessoas (que deveria fazer exatamente o contrário, cuidando da preservação dos valores da Empresa e da lei), enfraqueceu a estrutura de liderança e comprometeu a gestão. Chefias deixaram de ser selecionadas por critérios técnicos e meritocráticos. Os processos de seleção e de treinamento técnico praticamente deixaram de existir, apesar de a Empresa ter em sua estrutura uma Universidade Corporativa. E o despreparo das pessoas politicamente indicadas foi potencializado pela falta de formação posterior à designação.

O resultado disso tudo é o que chamo de "desaprendizado organizacional", um estado de coisas no ambiente empresarial que demandará um enfrentamento muito sério para ser corrigido. Será necessário resgatar os valores da Empresa, notadamente a meritocracia, com a revisão dos atalhos e das possibilidades de exceções que a direção anterior aqui deixou, disseminados nas normas da área de gestão de pessoas.

A direção que chega precisa compreender e corrigir esse quadro se quiser ter nos Correios um ambiente organizacional produtivo, saudável e aderente ao previsto em sua identidade corporativa.

Os colegas que se preocupam com as questões da liderança e da gestão na Empresa estão, portanto, cobertos de razão. 

4 comentários:

  1. GESTAO RUIM NA ADMINISTRAÇAO , DEPREDAÇAO DA EMPRESA ,CONCORRENCIA PREDATIVA ,FALTA RENOVAÇAO DE PESSOAL E TECNOLOGICO ,

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  2. Mas infelizmente parece que vai continuar assim. Algumas indicações politicas estão sendo colocadas em alguns cargos. Parece que mudam os dedos, mas mantém os anéis

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  3. Os fatores são relacionados. Gestores que vem de fora sabem que tem vida curta na empresa. Depois de alguns meses vão para outra "oportunidade". Com isso não se preocupam com o longo prazo (as vezes nem com o médio prazo). Esse descompromisso impede ações estruturantes que possam recolocar a empresa nos trilhos, mesmo no caso de gestores sérios que possam vir.

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  4. Gostei bastante do texto, e fica claro a existência de dois problemas graves nesta situação, o primeiro é a apropriação de um bem público em favor de um partido político através do loteamento de cargos em busca de um apoio político em favor de um modelo de governo que como podemos ver nos noticiários não é sustentável a longo prazo. Junta-se a isso a incapacidade destas pessoas de comandar a empresa em busca de resultados, e talvez esta falta de capacidade esteja arraigada nos próprios princípios pregados por este partido mais orientado ao socialismo, que podemos ver ao longo da história (URSS), se mostrou autoritário, corrupto e ineficiente.

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