terça-feira, 30 de junho de 2015

Governança Corporativa nas sociedades controladas pela União

Após a publicação de nossa postagem tratando do anteprojeto de lei apresentado conjuntamente pelos Presidentes da Câmara e do Senado, tivemos a apresentação de um outro projeto de autoria do senador Aécio Neves e a instalação da CMLRE - Comissão mista destinada a apresentar Projeto de Lei de Responsabilidade das Estatais, que já fez uma audiência no dia 24/06/15, quando o TCU fez sua apresentação, e realizará neste dia 01/07 sua segunda audiência, desta feita com a presença de presidentes de grandes empresas (BB, Petrobras e VALEC convidados), da CNI e da Gerdau.

A discussão do tema está, portanto, colocada em marcha, o que nos motiva a acrescentar agora mais algumas observações relacionadas.

Lei das S.A.
Primeiramente, é importante considerar que a Lei nº 6404/76 já traz em seu bojo um conjunto de disposições que se aplicam perfeitamente às empresas públicas ou de economia mista. Uma legislação complementar, portanto, poderia trazer apenas disposições adicionais ou eventuais ajustes nas disposições originais da Lei nº 6.404/76 que não se adequassem perfeitamente às empresas públicas ou de economia mista. Nesse sentido, o projeto apresentado conjuntamente pelos Presidentes do Senado e da Câmara poderia ser simplificado, removendo-se, por exemplo, as menções exaustivas das competências dos órgãos estatutários (Conselho de Administração, Diretoria e Conselho Fiscal); bastaria que se mencionasse na nova lei as disposições adicionais ou os ajustes de disposições necessários.

Proteção aos minoritários
Uma disposição importante trazida com redação aproximada nos dois projetos refere-se à proteção dos minoritários. Prefiro a redação dada no projeto dos presidentes da Câmara e do Senado, adicionando-lhe a palavra "apenas", o que resultaria em algo como: "Os administradores de sociedade de economia mista de capital aberto não podem fundamentar no interesse público que motivou sua criação decisões que causem prejuízos de modo exclusivo ou preponderante aos acionistas minoritários, preservando apenas os interesses do acionista controlador."

Comitês
Os dois projetos trazem propostas distintas. O projeto dos presidentes da Câmara e do Senado fala dos comitês de Auditoria, de Riscos e de Remuneração, sendo que esses dois últimos assessorariam a Diretoria. O projeto do senador Aécio Neves fala dos comitês de Remuneração e Recursos Humanos, Financeiro e de Investimentos, de Auditoria e de Ética e Conduta. Aqui, o projeto do senador Aécio Neves me pareceu mais completo, embora talvez seja ainda necessária uma reflexão sobre o que é realmente indispensável prever na Lei e o respectivo escopo. Algumas funções são desenvolvidas normalmente por instâncias inferiores nas organizações e elevá-las para o nível de comitês pode representar retrabalhos e maiores custos. Se, porém, se entender que cabe realmente essa ênfase, a criação dos comitês pode ajudar nisso. Não resta, porém, dúvida que há temas muito relevantes e que merecem atenção superior nessas organizações, com ou sem comitês específicos, como auditoria, remuneração, riscos, investimentos e ética.

Requisitos
O estabelecimento de requisitos como formação superior e experiência, para ocupação dos cargos de conselheiros e diretores, está presente nos dois projetos, sendo que o projeto do senador Aécio Neves prevê, em geral, requisitos mais rocustos. Senti falta em ambos os projetos de alguma disposição que assegurasse, no caso da diretoria, a presença de maioria de integrantes oriundos do quadro próprio da respectiva organização, o que contribuiria, em minha opinião, para maior efetividade e profissionalismo da atuação desse órgão. Também constatei que nenhum dos dois projetos levou em conta a existência da Lei nº 12.353/10, que prevê a presença de um representante eleito pelos trabalhadores no conselho de administração. Importante a vedação ao acesso dos cargos de direção a agentes políticos, pois isso pode contribuir para a profissionalização da gestão.

Diretorias e Auditoria
O projeto do senador Aécio Neves traz a previsão de existência de Diretorias para os temas Auditoria e Supervisão. Não havia imaginado a Auditoria posicionada como Diretoria, ainda que entenda a importância das atividades desenvolvidas por aquele órgão. Precisaria entender melhor as razões que motivaram este posicionamento para me convencer dessa fórmula. Com relação a Supervisão e Controle, creio que a proposta se assemelha às propostas de criação de uma área de Controle Interno ou de Compliance, que parece ter se tornado uma tendência após as ocorrências com a Petrobras.
Como já foi mencionado na postagem anterior aqui no blog, o projeto dos presidentes da Câmara e do Senado traz uma disposição que merece ser corrigida com relação à vinculação da Auditoria, que deve estar ligada ao Conselho de Administração e não ao Presidente.

Mecanismos de controle - códigos e políticas
O projeto do senador Aécio Neves traz a definição de mecanismos de controle que deveriam ser explicitados pelas empresas: Política de Remuneração e Contratação, Política Financeira e de Investimentos, Política de Cumprimento de Normas, Código de Ética e Conduta e Plano de negócios. É uma medida interessante para assegurar maior transparência e clareza.

Responsabilidade dos administradores
Apenas o projeto do senador Aécio Neves traz disposições mais específicas sobre a responsabilidade dos administradores. Nesse tópico, acredito que valha a pena investir mais, trazendo para a Lei aspectos de responsabilidade adicional de gestores públicos.

Disposições adicionais
O projeto dos presidentes da Câmara e do Senado traz algumas disposições adicionais, que me pareceram fora da temática principal, como "obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias" e "processo de licitação e contratação de obras, serviços e alienações". Penso que sua inclusão nesta lei deveria ser evitada, assim como deveriam ser evitados quaisquer "penduricalhos" que venham a ser propostos no processo legislativo, entendendo-se como penduricalho qualquer disposição que esteja afastado do tema da Lei.

Espero que, no processo legislativo, o Congresso consiga agregar ao projeto aperfeiçoamentos como os tratados nesta postagem e produza uma lei capaz de assegurar efetivamente a melhoria da governança corporativa nas sociedades controladas pela União.

Marcos César Alves Silva
Analista de Correios Sênior - Administrador Postal
Membro eleito pelos trabalhadores para o
Conselho de Administração dos Correios

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links relacionados:

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Uma carta que pode mudar um destino

Pode uma carta mudar o destino de uma pessoa?
Parece que sim, ainda que o remetente possa estar privado de maiores recursos para se expressar.
A notícia a seguir mostra que um simples pedaço de papel pode ser o suficiente para possibilitar a uma pessoa tentar mudar sua vida.
Mostra também como a possibilidade de escrever cartas faz diferença na vida de muitos que, por força de circunstâncias, não têm acesso a outros meios para se expressar.
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http://noticias.r7.com/distrito-federal/fotos/mais-um-preso-escreve-pedido-de-habeas-corpus-em-papel-higienico-e-envia-ao-stj-29062015#!/foto/1

Mais um preso escreve pedido de habeas corpus em papel higiênico e envia ao STJ


O STJ (Superior Tribunal de Justiça) recebeu dos Correios, pela segunda vez em pouco mais de dois meses, pedido de habeas corpus escrito em dois metros de papel higiênico por um preso. A correspondência foi entregue na última quinta-feira (25). Ambos os casos neste ano vieram de penitenciárias de São Paulo.
No pedido de habeas corpus, o autor preso na penitenciária de Guarulhos I (SP) pede que o tribunal conceda a progressão da pena para regime semiaberto. Ele alega que cumpriu metade da pena sem registro de problemas disciplinares, e que sofre constrangimento ilegal porque já teria preenchido os requisitos para receber o benefício judicial.
Segundo o STJ, o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo) condenou o autor do pedido por furto e estelionato a quase 12 anos de prisão em regime fechado. Depois de digitalizada, a carta em papel higiênico será autuada e distribuída para um dos ministros que compões as turmas especializadas em matéria penal.
A Constituição Federal permite que qualquer pessoa, mesmo que esteja presa, peça o habeas corpus em favor próprio, sem precisar de advogado ou formato específico.
Em abril deste ano, o STJ recebeu outro pedido de liberdade escrito em papel higiênico que veio de São Paulo. Os funcionários do tribunal disseram que tinha sido “a correspondência mais surpreendente” que já viram no trabalho. Relembre.

 

domingo, 28 de junho de 2015

Concurso Público

Muitos colegas têm perguntado a respeito da realização de concurso público. Sempre respondo que trata-se de um tema que procuro cobrar sistematicamente, em todas as ocasiões em que é possível, pois não consigo conceber que uma Empresa como os Correios possa ser submetida à suspensão de contratação de pessoal por tanto tempo, gerando as mais diversas situações complicadas para a operação e, por fim, onerando ainda mais a ECT, com a contratação de MOTs. Isso tudo sem contar os problemas com o Ministério Público do Trabalho, como é trazido na matéria "Concurso público na ECT: Poder Judiciário mantém obrigação de contratar concursados".

A alçada para solução do assunto é da Diretoria da Empresa, e, mais especificamente, da área de Gestão de Pessoas, para aonde sugiro sejam dirigidas as cobranças dos trabalhadores e das representações a respeito desse tema.

Carta de uma menina para Deus

Vez por outra me deparo com histórias nas quais a carta é um elemento importante.

Em tempos de comunicação instantânea e eletrônica, escrever sobre cartas pode ser tido como saudosismo ou algo do gênero. Os que pensarem assim podem criticar, mas como alguém que acredita na força de uma boa comunicação, que acompanhou o surgimento da internet no Brasil e ajudou a transpor para lá alguns dos serviços tradicionais dos Correios, como a própria carta e o telegrama, me dou ao luxo de ainda me emocionar quando leio textos como o que transcrevo a seguir.
Boa Leitura!
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Uma menina de 4 anos chamada Meredith, após a morte do seu cão Abbey, pediu ajuda à mãe para escrever uma carta a Deus. A menina ditou e a mãe escreveu: 

"Querido Deus, Será que podes tomar conta do nosso cão Abbey? Ele morreu ontem e foi para o Céu. Tenho muitas saudades dele. Estamos felizes que nos tenhas deixado tê-lo como o nosso cão, embora ele tenha ficado doente. Espero que possas brincar com ele. Antes de ficar doente, ele gostava de brincar com bolas e nadar. Mando fotos dele para que o reconheças assim que o vires e saibas que é o nosso cão.

Sinto muito a falta dele. 

Com amor,

Meredith Claire 

PS: A mamã escreveu as palavras que eu ditei."


A mãe de Meredith pôs a carta num envelope com duas fotos do cão e endereçou a carta para: Deus no Céu. Antes de deixarem a carta nos Correios, Meredith colou muitos selos no envelope porque achava que o Céu era muito longe e que seriam precisos muitos selos para que a carta chegasse ao seu destino.

Durante alguns dias, Meredith perguntava à mãe se Deus já teria recebido a carta, ao que a mãe respondia que achava que sim. Até que um dia, ao regressarem dum passeio, encontram à porta de casa um pacote em papel dourado. O pacote trazia um postal em forma de estrela que dizia: Para Meredith.

A menina, cheia de curiosidade, abriu o pacote e dentro encontrou um livro. O livro chamava--se ‘When a pet dies’ ( ‘Quando um animal de estimação morre’) e trazia colada a carta que ela tinha mandado a Deus, as duas fotos do cão e uma nota escrita à mão que dizia: 

"Querida Meredith,

Eu sei que vais ficar muito contente em saber que o Abbey chegou em segurança ao Céu! Teres mandado as fotos foi uma grande ajuda. Reconheci-o assim que o vi.

Sabes, ele já está curado e o seu espírito está aqui comigo, tal como está presente no teu coração, feliz e a correr e a brincar.

Abbey adorava ser o teu cão. Como não precisamos dos nossos corpos no céu, eu não tenho bolsos. Por isso não posso guardar a tua carta. Aproveito e envio-te as fotos para que te lembres sempre do Abbey.

Um dos meus anjos está a tomar conta dele. Espero que este livro te ajude. Obrigado pela tua linda carta. Agradece à tua mãe por tê-la escrito. Ela é maravilhosa. Escolhi-a de propósito para ti.

Envio-te a minha bênção todos os dias e lembra-te que te amo muito. Estou no Céu e onde quer que haja amor.

Com muito amor, Deus" 

Ninguém sabe ao certo quem respondeu à carta, mas muito provavelmente terá sido um funcionário dos Correios. Acho que independentemente das interpretações que esta história possa ter, é uma história bonita que merece a partilha. E é verídica.

sábado, 27 de junho de 2015

Postalis - equacionamento do déficit

Nas últimas semanas, tenho participado, a convite, de inúmeras reuniões com os conselheiros do Postalis e com diversos outros atores, para tratar do equacionamento do déficit do Postalis.
A suspensão do plano de equacionamento deu a oportunidade de se poder debater e avaliar com mais tempo o déficit, sua composição e a forma de equacionamento. 
Muita coisa já foi feita para compreender melhor o tema e, a partir dessa compreensão, buscar alternativas para tentar amenizar os efeitos para os trabalhadores.
Os conselheiros do Postalis têm contado com o apoio do instituto, da Empresa e do próprio Ministério das Comunicações nesse esforço, que deverá produzir resultados mais à frente, quando for projetado o novo plano de equacionamento. 
Entidades representativas dos trabalhadores têm participado de algumas reuniões e recebido informações sobre esses trabalhos preliminares desenvolvidos pelos conselheiros e por outros técnicos da Empresa e do Postalis. 
Minha expectativa é de que os colegas consigam vislumbrar boas soluções para lidar com questões técnicas, como as relacionadas ao serviço passado (RTSA) e à aplicação da duration no equacionamento, o que poderá ajudar muito no novo plano de equacionamento.
Continuaremos acompanhando.  

Informativo sobre atuação no Conselho de Administração - junho/2015

Encaminhamos aos colegas, por e-mail, nosso informativo a respeito das reuniões ordinária e extraordinária ocorridas no dia 25/06/2015.

O informativo pode ser visualizado no seguinte link.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Responsabilidade na gestão empresarial nas sociedades de economia mista e empresas públicas no âmbito da União

Vejo positivamente a iniciativa de se colocar em discussão anteprojeto de Lei sobre responsabilidade na gestão empresarial nas sociedades de economia mista e empresas públicas no âmbito da União, especialmente no que se refere ao estabelecimento de critérios de qualificação mínima para dirigentes e de contratualização de metas e resultados específicos dos dirigentes.

O anteprojeto apresentado nesta semana pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem outras virtudes que, devidamente aproveitadas pela sociedade, poderão realmente significar avanços em governança das empresas de economia mista e públicas.

A explicitação de vedação à imputação aos acionistas minoritários de prejuízos de modo exclusivo ou preponderante, por exemplo, é um bom avanço, que protegerá um pouco tais acionistas que hoje se veem impelidos a aceitar prejuízos que lhes são imputados sob alegação de simples “atendimento de interesse público”, como se isso justificasse qualquer movimento empresarial.

A previsão dos comitês de auditoria, riscos e remuneração me parece positiva, com destaque para a previsão de haver, nos comitês de auditoria, profissionais com formação jurídica e em ciências contábeis. Uma questão a ser explicitada nos trabalhos da comissão é a vinculação do comitê de auditoria, que, em nenhum caso, deveria ser ao Presidente da companhia, como parece ter sido previsto no parágrafo único do artigo 16, pois o mais apropriado é tal vinculação ser feita diretamente ao Conselho de Administração. 

A contratualização de metas e resultados específicos dos dirigentes é uma inovação muito importante, que tornará possível objetivar as avaliações desses dirigentes. A política de consequências, materializada pela destituição dos diretores quando não são alcançadas as metas e objetivos por dois anos consecutivos, complementa o quadro de objetivação da avaliação de desempenho, muito importante no setor público.

A sabatina dos indicados para as presidências das empresas pelo Congresso, uma proposta que tem gerado polêmica entre os congressistas, poderá constituir um novo e importante filtro, que impedirá a designação de pessoas despreparadas para o exercício do cargo. No mínimo, os candidatos precisarão estar muito bem preparados antes de assumirem as novas posições. Esta é, porém, uma medida polêmica, que pode ser retirada até o final da tramitação legislativa, em função da alegação de que, ao proceder assim, o legislativo estaria adentrando seara de atuação do executivo.

A exigência para os dirigentes de formação em curso superior – que deveria ser obrigatória para o exercício de qualquer posição de gestão em estatais e empresas de economia mista – também contribuirá para se ter nessas organizações lideranças mais preparadas para lidar com os desafios de gestão estratégica. No projeto, se prevê, para os Conselhos de Administração, a formação superior “ou” notória experiência em gestão empresarial ou na área que integre seu objeto social”; em minha opinião, a formação superior deveria ser obrigatória para estas posições.

Com relação à composição do Conselho de Administração, acredito que mereça um debate e uma análise mais aprofundados a previsão de que “Não poderão integrar o Conselho de Administração agentes políticos vinculados à União, em especial Ministros de estado e titulares de cargos até o terceiro escalão no âmbito dos respectivos ministérios.” Será preciso compreender adequadamente as razões dessa disposição. No caso do ministro, embora pessoalmente ache importante sua participação em conselhos de grandes empresas de suas pastas, como no conselho dos Correios no caso do Ministério das Comunicações, compreendo que o Congresso possa enxergar aí um certo conflito. Nos demais casos, será preciso compreender a razão do corte “até o terceiro escalão”, assim como avaliar de que maneira ministérios como o do Planejamento e da Fazenda, que possuem assentos nos conselhos de inúmeras estatais e empresas de economia mista, farão para continuar acompanhando mais de perto e participando da gestão dessas organizações. A busca de profissionalização da gestão e de melhoria de governança deveria ser o objetivo de mudanças como essa. Resta conferir se é essa mesmo a motivação e se tais resultados poderão vir como decorrência dessas medidas. 

Vamos ver em breve como será o projeto alternativo anunciado nesta quarta-feira (3) pelo Senador Aécio Neves (PSDB-MG), o que ele trará de convergência com a proposta dos Presidentes da Câmara e do Senado e o que ele trará de novo.

De qualquer forma, uma coisa parece certa - o tema está colocado na agenda do Congresso e deveremos ter em breve uma Lei sobre responsabilidade na gestão empresarial nas sociedades de economia mista e empresas públicas no âmbito da União.

Com relação a este tema, minhas principais expectativas são:

- Que sejam devidamente consideradas as demais leis que possuem relação ou fronteiras com o escopo do novo diploma, especialmente a Lei nº 6.404/76 (Lei das SA) e a Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações). Importante que tenham em conta também a Lei nº 12.353/10, que previu a participação de membro eleito pelos trabalhadores nos Conselhos de Administração de empresas públicas e sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas e demais empresas em que a União. 

- Que o processo legislativo não leve à inserção no projeto de “penduricalhos” ou “contrabandos”, como usualmente são tratados os artigos não relacionados ao tema propriamente dito, mas que acabam surgindo durante as discussões.

- Que o novo processo de aprovação dos titulares de presidências de estatais represente realmente um filtro que assegure a presença nessas posições de pessoas bem qualificadas para a posição e não que se tenha aí mais uma oportunidade de simples barganha política.

Marcos César Alves Silva
Analista de Correios Sênior - Administrador Postal
Membro eleito pelos trabalhadores para o
Conselho de Administração dos Correios

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Informativo sobre atuação no Conselho de Administração

Encaminhamos aos colegas, por e-mail, nosso informativo a respeito das reuniões ordinária e extraordinárias ocorridas no dia 26/05/2015.

O informativo pode ser visualizado no seguinte link.

Nova estrutura organizacional dos Correios - comunicação com os trabalhadores

Sempre que o tema nova estrutura organizacional dos Correios é debatido no Conselho de Administração, reforçamos a importância de um forte plano de comunicação interna, de forma que os trabalhadores tenham adequadas informações sobre esse movimento da Empresa.

Nesta semana, o Primeira Hora trouxe uma nota que reproduzimos a seguir, com informações gerais a respeito de como a Empresa planeja se comunicar com os trabalhadores sobre este tema.

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Nova estrutura organizacional dos Correios

Inicia-se neste mês de junho o período de transição para a nova estrutura dos Correios. Nesta fase haverá a implantação do novo modelo organizacional, cujo formato está em sintonia com o que é adotado por vários Correios do mundo. Funcional, prática e focada nos resultados, a nova estrutura vem garantir governança, modernidade e sustentabilidade da empresa, sempre alinhada ao Plano Estratégico.

Além da presença efetiva do Conselho de Administração e da Presidência, a nova estrutura contempla quatro vice-presidências (Gestão de Pessoas, Corporativa, Serviços e Financeira e Controles Internos) e quatro unidades estratégicas de negócio (Rede de Atendimento e Varejo, Postal, Logística e Encomendas). Durante o período de transição estas áreas serão estruturadas e ajustadas, sem que haja descontinuidade das atividades administrativas e operacionais normais e prejuízos à empresa e a seus trabalhadores e trabalhadoras.

Os canais de comunicação estarão informando e reforçando a todos os empregados:
- os motivos de implantar uma nova estrutura na empresa;
- os trabalhos desenvolvidos no período de estudos, definições e validação pela empresa;
- os modelos da Presidência, vice-presidências e unidades estratégicas de negócios com suas atribuições e responsabilidades;
- a atuação das diretorias regionais.

Estejam atentos aos conteúdos que serão apresentados nos canais de comunicação da empresa. A IntranetAC terá um canal especifico para tratar da nova estrutura, onde poderão ser obtidas as informações para conhecimento e disseminação a todos os empregados.

PDIA - Informação do Primeira Hora

A partir do dia 22 de junho de 2015, estarão reabertas as inscrições para novas adesões ao Plano de Desligamento Incentivado para Aposentado(a) Voluntário(a) — PDIA/2014. O prazo termina no dia 17 de julho de 2015.

Na Administração Central, o Termo de Adesão Voluntária deverá ser entregue na CEGEP. Nas DRs, os interessados deverão procurar a área de Recursos Humanos.

Devolução e Cobrança das Contribuições Extraordinárias

O Postalis publicou nota informando a respeito de devolução de contribuições extraordinárias eventualmente pagas por participantes do fundo BD saldado.

Transcrevemos a seguir a Nota publicada.

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Devolução e Cobrança das Contribuições Extraordinárias

segunda-feira, 1 de junho, de 2015, 12:22.

O plano de equacionamento do déficit de 2014, que deveria ter entrado em vigor em abril de  2015, foi suspenso com a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta-TAC entre o Postalis e a Previc.

Com a assinatura do TAC, ficam mantidas as contribuições previstas no  plano de custeio que vigorou até março de 2014, ou seja, de 3,94% sobre o valor do BPS para os participantes ativos e sobre os benefícios para os assistidos, com a contribuição paritária da patrocinadora,  até a implementação do novo plano, que deverá ocorrer em abril de 2016.

Confira como será feita cobrança das contribuições relativas ao mês de abril e a devolução das contribuições de 25.98% pagas por meio de boleto bancário:

Cobrança

Participantes Ativos:

Na folha de pagamentos de maio foi cobrada a Contribuição Extraordinária BD com taxa de 3,94%;
Na folha de junho serão cobradas as Contribuições Extraordinárias relativas aos meses de abril e junho.

Assistidos:

Na folha de pagamentos de maio foram cobradas as Contribuições Extraordinárias BD com taxa de 3,94% relativas aos meses de abril e maio.
Participantes desligados dos Correios:

Foram emitidos boletos bancários, com vencimento em 08/06/2015, da parcela relativa ao mês de maio. Os boletos com vencimento em 01/06/2015 devem ser desconsiderados. A parcela relativa ao mês de abril será cobrada juntamente com a do mês de junho.

Devolução aos participantes que já haviam feito a contribuição de 25,98% por meio de boleto

Participantes ativos e aposentados:  os valores relativos à Contribuição Extraordinária de 25,98% pagos por meio de boleto foram devolvidos aos participantes no dia 29/05 por intermédio de pagamento bancário. É importante verificar o extrato e, caso não se identifique a devolução, o participante deverá entrar em contato com o Postalis;

Pensionistas: a devolução da Contribuição Extraordinária paga por meio de boleto bancário será feita na folha de pagamento do mês de junho.


terça-feira, 2 de junho de 2015

O legado de um líder

No dia 30 de maio de 2015 faleceu Adwaldo Cardoso Botto de Barros, ou Coronel Botto, como era conhecido.

Botto teve atuação marcante na vida dos ecetistas, pois empreendeu grandes mudanças, responsáveis por uma guinada radical de patamar dos serviços postais brasileiros.

A contratação da consultoria do La Poste (França) para modernizar os Correios, a criação da Rede Postal Noturna e da Escola Superior de Administração Postal são algumas das muitas realizações de sua gestão à frente da Empresa.

Sua determinação em assegurar a oferta de serviços postais de qualidade aos brasileiros inspirou milhares de ecetistas a buscarem o aperfeiçoamento das operações, a superarem obstáculos e a acreditarem que o Brasil poderia ter, como aconteceu, um dos melhores serviços postais do mundo.

Para orgulho dos ecetistas, Botto chegou à posição máxima do mundo postal, a Secretaria Geral da União Postal Universal - UPU.

Botto conheceu em profundidade os Correios e soube, como ninguém, entender que o segredo de sucesso da Empresa estava em desenvolver bem e motivar as pessoas, para que se engajassem na missão coletiva de prestar serviços de alta qualidade aos clientes.

A trajetória de vida e as inúmeras realizações de Botto, muitas das quais ainda constituem pilares importantes da Empresa, mostram que ele cumpriu muito bem sua missão na Terra e, em especial, nos Correios, nos deixando um legado valoroso que só verdadeiros líderes conseguem construir.

Que Botto descanse em paz, sabendo que sua determinação em conduzir projetos, sua severidade para lidar com alguns temas e sua corajosa iniciativa de renovar a gestão da empresa secular que presidia, trazendo para seus quadros jovens muito bem selecionados no mercado e, em seguida, submetidos a um rigoroso treinamento, forjou toda uma geração de ecetistas que têm contribuído, ao longo das últimas décadas, para que a ECT cumpra seu papel.

Botto mereceu o grande sucesso que aqui encontrou, da mesma forma que merece agora a homenagem da ADCAP.

Obrigado por sua liderança visionária!

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(reprodução de ADCAP NEWS do dia 01/06/2015)