segunda-feira, 31 de julho de 2017

Contrassensos nos Correios

Com a reestruturação em curso, muitos trabalhadores perderam as funções que exerciam e tiveram que ser realocados em outras atividades. O prejuízo econômico, com remuneração reduzida, e profissional, com um nível inferior de atividade, foi significativo em muitos casos. É um preço elevado que é cobrado dos trabalhadores, para que a Empresa seja ajustada à nova estrutura.

Por outro lado, movimentos dissonantes continuam em curso ou são iniciados pela direção, como, por exemplo, a manutenção nos quadros da Empresa dos onerosos assessores especiais, contratados politicamente e sem concurso público, ao arrepio da lei, e de cedidos posicionados em elevadas funções de assessoramento, assim como a recente tentativa de criação de quatro cargos estatutários, o que, na prática, significa dizer mais 4 posições de Diretoria, para exercer atribuições que podem ser perfeitamente desempenhadas por empregados que venham a ocupar funções já existentes na Empresa, sem implicar acréscimos de despesas.

De forma simples, as posições de assessores especiais têm servido, tão somente, para a direção acomodar indicados políticos e as de cedidos para multiplicar salários de servidores protegidos. Nenhum deles é estrategicamente necessário para a Empresa e sua presença só onera a folha de pagamento e o plano de saúde. Em momento de aperto orçamentário, estas deveriam ser as primeiras posições a serem eliminadas, mas vão permanecendo, enquanto os profissionais do quadro próprio vão sendo cada vez mais sacrificados, sendo inclusive acusados injustamente de serem os causadores da situação crítica em que a Empresa se encontra, embora continuem "carregando o piano" de uma forma ou de outra.

Já a proposta de criação de quatro posições de Diretoria beira o absurdo, pois o natural seria estarmos debatendo movimento contrário, ou seja, de redução dessa quantidade de posições na Empresa, já que a situação é de aperto orçamentário. Uma empresa que reduz drasticamente, como foi feito, sua força de vendas e diversas outras estruturas e que cogita aumentar posições de Diretoria não pode estar num bom caminho.

Contrassensos são típicos de gestões descomprometidas. Mas tudo tem um limite. E os responsáveis por decisões assim completamente despropositadas precisam responder pelos prejuízos que imputam aos Correios e, por consequência, à sociedade brasileira.

sábado, 29 de julho de 2017

Por que nos Correios quem tem que "pagar o pato" é sempre o trabalhador?

A cada matéria que leio tentando atribuir aos trabalhadores dos Correios, a seus salários e benefícios a responsabilidade pela situação econômica em que a Empresa se encontra mais me incomodo, pois se trata de uma abordagem rasa e mentirosa, que passa ao largo das reais causas - interferências indevidas do Governo Federal, sugando recursos além da conta em forma de dividendos ou impedindo reajustes de tarifas, somada ao mau desempenho dos dirigentes políticos despreparados que passaram pela Empresa nos últimos anos.

O plano de saúde dos trabalhadores é frequentemente atacado pela direção, que simplesmente compara seu custo com os prejuízos que não consegue reverter e, de maneira totalmente arbitrária, atribui ao plano o déficit da Empresa. Por que a direção não menciona, por exemplo, que os Correios pagam mais de R$ 2 bilhões de reais de comissões para seus franqueados atenderem principalmente serviços monopolizados. O valor é até maior que o projetado déficit da Empresa e maior que os custos com o plano de saúde. Bastaria, por exemplo, deixar de pagar essas comissões e voltar a atender os clientes nas agências próprias - que a direção tem fechado - para equilibrar a Empresa. 

Para alguns este raciocínio pode parecer raso demais, mas tem mais profundidade que o raciocínio da direção, ao atribuir ao plano de saúde o déficit dos Correios.

Por que a eliminação, ou, pelo menos, a redução dessas comissões nunca é mencionada como possibilidade pela direção, nem devidamente estudada? Talvez porque seja mais fácil retirar os direitos dos cem mil trabalhadores que mexer com os interesses de alguns poderosos. 

Chega de pagar o pato, indevidamente!

quinta-feira, 27 de julho de 2017

O velho e o novo Brasil

Estou assistindo, no momento em que escrevo esta postagem, uma entrevista na Globo News com o Presidente da Petrobras. Há alguns minutos, o entrevistado repetiu o que já disse em outras entrevistas - que acabou o aparelhamento político na companhia. Além disso, discorreu sobre como a Petrobras está assegurando que as decisões sejam tomadas de forma mais segura e sobre as decisões que estão tomando para recuperar valor da companhia. Enxerguei ali um novo Brasil, onde as boas práticas gerenciais prevalecem.

Por outro lado, tive nesta semana o dissabor de apreciar uma inciativa que caminha no sentido oposto - do velho Brasil. Refiro-me à tentativa de transformação de quatro posições dos Correios em estatutárias, para, em seguida, ocupá-los com indicações políticas, em livre provimento. 

Se as ressalvas feitas por um dos conselheiros que votou favoravelmente mas que estabeleceu condições que praticamente inviabilizam a medida não forem suficientes para barrar essa absurda iniciativa, teremos aí um exemplo do velho Brasil, dominado pela velha política, que, sob a vazia e desgastada desculpa de "oxigenação", vai tentando abrir espaço para a ocupação política na Empresa. 

Pior ainda, enquanto a Petrobras caminha no sentido de ter decisões formalmente muito bem sustentadas, rumamos no sentido contrário, acatando um relatório desprovido das condições mínimas necessárias para apreciação num colegiado superior, sem parecer jurídico ou técnico e com informações visivelmente incorretas. Velho Brasil, que precisa mudar, com a eliminação da interferência política nas estatais e a profissionalização da gestão. 

A Petrobras está demonstrando que a "oxigenação" necessária numa estatal vem com o fim das indicações políticas para todos os cargos de gestão, do topo à base da companhia. Este é o novo Brasil, que vai tomando forma!

Informe sobre reunião do Conselho de Administração de 26/07/2017

Enviamos aos colegas o informe sobre a 7ª Reunião Ordinária do Conselho de Administração, ocorrida em 26/07/2017. A mensagem pode ser acessada nesse link.

domingo, 23 de julho de 2017

Prioridades para a Gestão

(artigo publicado na coluna MOMENTO CORREIOS / MUNDO, do jornal da ADCAP Minas)

Por Marcos César Alves Silva, Administrador Postal Sênior, membro eleito para o Conselho de Administração dos Correios. 

Ao tratarmos, em reunião do Conselho de Administração, do Relatório de Gestão da empresa alusivo ao ano de 2016, solicitamos que fosse registrado em ata que consideramos importante que a Diretoria Executiva dedique especial atenção aos seguintes pontos: 
a) priorização do desenvolvimento de novos negócios, notadamente nos segmentos de encomendas, logística, serviços financeiros e correio digital, deslocando o foco prioritário de atenção da empresa para a geração de receitas; 
b) atuação efetiva para inverter a curva de crescimento de reclamações, tornando-a declinante; 
c) desenvolvimento e aprimoramento de mecanismos de aproveitamento adequado das pessoas, abrangendo, entre outros temas, o plano de funções e os critérios de designação. 

A primeira das recomendações fala em deslocar o foco prioritário de atenção da empresa para a geração de receitas, depois de um período em que praticamente toda a atenção tem-se concentrado em produzir economias. Os Correios possuem grandes oportunidades de desenvolvimento e de ampliação de negócios e estas precisam ser melhor aproveitadas. A inovação precisa voltar à ordem do dia.

A segunda recomendação fala em qualidade operacional, um tema sempre presente e que merece uma atenção mais estruturada da direção. Não é possível mais aceitar que a curva de reclamações continue ascendente, ano após ano. Inverter esta curva deve ser preocupação constante de toda a direção e não apenas da direção de operações. 

A terceira recomendação trata das pessoas. A implantação de um plano de funções e de critérios objetivos para designação de funções é pendência antiga da área de gestão de pessoas e não pode permanecer sem solução. 

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Justiça que não chega é injustiça criminosa!

Se os déficits apresentados pelos fundos de pensão dos trabalhadores dos Correios, da Caixa e da Petrobras fossem decorrentes de problemas econômicos havidos no mercado que tivessem levado os investimentos a não performarem como necessário, as contribuições adicionais que estão sendo impostas pelos planos de equacionamento do POSTALIS, da FUNCEF e da PETROS poderiam ser considerados justas. Todos sabem, porém, como demonstrou em seus aspectos gerais a CPI dos Fundos de Pensão, que a história não foi bem essa, ou seja, que os prejuízos decorreram de aplicações feitas sem os cuidados necessários ou até, de forma criminosa, para lesar fortemente esses fundos.

Alguns alentos surgem no horizonte, como a previsão de reversão de recursos para FUNCEF e PETROS de parte do valor cobrado no processo de leniência da JBS, mas o fato concreto é que os participantes e assistidos continuam arcando com contribuições adicionais, assim como suas patrocinadoras.

Isso precisa ser passado a limpo e não pode levar muito tempo, pois muitas das pessoas prejudicadas são idosas. Justiça, Órgãos de Controle, Governo Federal e Congresso precisam perceber isso e agir, cumprindo tempestivamente as razões de sua existência.

Justiça tardia nada mais é do que injustiça institucionalizada, já dizia Rui Barbosa.

Acrescentaríamos hoje que justiça que não chega é injustiça criminosa!

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Comunicação sobre atuação no comércio eletrônico

Nas reuniões do Conselho de Administração deste ano, tenho cobrado incisivamente um posicionamento mais firme da Empresa, em sua comunicação institucional e comercial, com relação ao comércio eletrônico, para demonstrar que os Correios não abandonaram esse setor de negócios, como afirma a concorrência, a partir da extinção do e-SEDEX. Entendo que trata-se de uma questão estratégica, de responsabilidade exclusiva da direção da Empresa, que deveria merecer a melhor e mais urgente atenção dos dirigentes.

Sei dos esforços dispendidos pelos técnicos da Empresa para administrar nossos serviços de encomendas, assim como da qualidade do trabalho desenvolvido por esses técnicos. Foi graças à capacidade deles que alcançamos o patamar de participação muito significativo que ostentamos. Foi graças ao trabalho deles que praticamente todas as plataformas de lojas virtuais do Brasil tem nativamente as opções de envios pelos Correios. Foi graças à dedicação e competência deles que os Correios conquistaram papel de máxima relevância no tema comércio eletrônico no âmbito da União Postal Universal. E essas conquistas precisam ser valorizadas e potencializadas. 

Assim, para que não paire nenhuma dúvida a respeito, considero necessário destacar que as cobranças que tenho feito não se destinam, de forma alguma, aos técnicos da Empresa, que têm cumprido com esmero suas missões, mas sim à direção da organização, que é responsável pelo vácuo na comunicação institucional e comercial sobre os serviços da Empresa, incluindo os do segmento de encomendas. 

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Reestruturação

Hoje (05/07) foi oficialmente implantada a reestruturação na Administração Central dos Correios.

Do power point diretamente para a prática, a reestruturação vai desmontando estruturas e erigindo outras, com as pessoas sendo realocadas num processo que os trabalhadores não compreendem, por não estar baseado em critérios técnicos previamente estabelecidos para as designações e nem mesmo num plano de funções, coisas que não existem na Empresa. Prevalece, assim, o subjetivismo, praticado sob o comando de uma direção política, cercada de uma assessoria em geral assim também escolhida.

Neste contexto, solidarizo-me com os inúmeros colegas que, apesar de terem carreiras e desempenho brilhantes, deixarão suas funções sem maiores explicações, apenas por não terem sido escolhidos pela direção.   

sábado, 1 de julho de 2017

Informativo sobre a reunião de 29/06/2017



Enviamos aos colegas informativo sobre a reunião ordinária do conselho de administração ocorrida no dia 29/06/2017.

Para visualizar a mensagem enviada, clique no link.