quinta-feira, 27 de julho de 2017

O velho e o novo Brasil

Estou assistindo, no momento em que escrevo esta postagem, uma entrevista na Globo News com o Presidente da Petrobras. Há alguns minutos, o entrevistado repetiu o que já disse em outras entrevistas - que acabou o aparelhamento político na companhia. Além disso, discorreu sobre como a Petrobras está assegurando que as decisões sejam tomadas de forma mais segura e sobre as decisões que estão tomando para recuperar valor da companhia. Enxerguei ali um novo Brasil, onde as boas práticas gerenciais prevalecem.

Por outro lado, tive nesta semana o dissabor de apreciar uma inciativa que caminha no sentido oposto - do velho Brasil. Refiro-me à tentativa de transformação de quatro posições dos Correios em estatutárias, para, em seguida, ocupá-los com indicações políticas, em livre provimento. 

Se as ressalvas feitas por um dos conselheiros que votou favoravelmente mas que estabeleceu condições que praticamente inviabilizam a medida não forem suficientes para barrar essa absurda iniciativa, teremos aí um exemplo do velho Brasil, dominado pela velha política, que, sob a vazia e desgastada desculpa de "oxigenação", vai tentando abrir espaço para a ocupação política na Empresa. 

Pior ainda, enquanto a Petrobras caminha no sentido de ter decisões formalmente muito bem sustentadas, rumamos no sentido contrário, acatando um relatório desprovido das condições mínimas necessárias para apreciação num colegiado superior, sem parecer jurídico ou técnico e com informações visivelmente incorretas. Velho Brasil, que precisa mudar, com a eliminação da interferência política nas estatais e a profissionalização da gestão. 

A Petrobras está demonstrando que a "oxigenação" necessária numa estatal vem com o fim das indicações políticas para todos os cargos de gestão, do topo à base da companhia. Este é o novo Brasil, que vai tomando forma!

5 comentários:

  1. É um absurdo.
    Seu papel é fundamental no conselho Marcos, mas vejo seus votos sendo únicos e sem efeito na prática, ou seja, os demais conselheiros votam o que essa gestão política quer.
    Tem alguma luz no fundo do túnel? Vc vê algo que podemos fazer - digo os funcionarios e os ex - para reverter tais decisões com carta marcada?

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  2. Os votos, mesmo vencidos em alguns casos, têm sempre seu efeito prático. E a divulgação da informação deixa os colegas a par das situações com as quais o conselheiro eleito não concordou. Entidades representativas que se alinharem à visão do conselheiro podem passar a defender, também, os mesmos posicionamentos. Além disso, quando votamos contra e apontamos desconformidades formais nas propostas, possibilitamos que avaliações futuras dessas decisões levem em conta nossas ponderações.

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  3. Estamos diante da maior batalha que enfrentará essa maravilhosa instituição, que ao longo do tempo tem resistido a politicagem barata das quadrilhas que ocuparam nosso planalto...assim como a pedra é muito esgoto da corrupção, desvios, faturamento +, compra de empresas podres, pilantragem!!!! a estratégia é dividir a organização para facilitar a quebra; simples estratégia de guerra: dividir para conquistar!!! lutem é a única saída!!!

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  4. Quais são os cargos referentes ao texto abaixo ?
    " Refiro-me à tentativa de transformação de quatro posições dos Correios em estatutárias, para, em seguida, ocupá-los com indicações políticas, em livre provimento. "

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  5. Os cargos em questão são: Ouvidoria, Gestão de Riscos, Compliance e Secretaria Geral.

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