Nos últimos meses, recebi inúmeras mensagens a respeito da situação dos empregados ocupantes de função gratificada nas estruturas em extinção.
Os colegas se preocupavam com o que ocorreria com eles após a interrupção do pagamento das referidas funções. Como seria seu aproveitamento? Haveria um mecanismo similar aos já instituídos no passado e extintos na gestão do ex-VIGEP, para incorporação automática de função, já que há uma súmula do TST que reconhece, essa incorporação como direito adquirido (mais de dez anos de exercício na função)? A Empresa ofereceria algum PDV ou PDIA adequado ao perfil desses trabalhadores?
Em minha opinião, qualquer reestruturação nos Correios demandaria alguns requisitos básicos para ter sucesso, sendo um deles a participação efetiva da VIGEP - Vice-Presidência de Gestão de Pessoas e o consequente desenvolvimento prévio de mecanismos voltados para essas três questões levantadas pelos colegas: um bom plano de aproveitamento das pessoas na nova estrutura, um mecanismo automático que garantisse a estabilidade financeira daqueles que se enquadrassem nos critérios da súmula do TST e adequado plano de desligamento incentivado.
Tais medidas não interessariam apenas aos trabalhadores; pelo contrário, seriam ainda mais importantes para a Empresa, que economizaria com elas e ainda motivaria os trabalhadores atingidos.
Tais medidas não interessariam apenas aos trabalhadores; pelo contrário, seriam ainda mais importantes para a Empresa, que economizaria com elas e ainda motivaria os trabalhadores atingidos.
Nada disso, porém, aconteceu. A VIGEP e sua assessoria terceirizada sabotaram o processo de reestruturação desde o início, se ausentando das discussões e reuniões, e deixando de fazer o que era de sua competência. Como conseqüência, a implantação da reestruturação está sendo feita com o sacrifício dos trabalhadores, especialmente daqueles que por tantos anos se empenharam em liderar equipes nas estruturas que vão sendo desmontadas. .
A partir do dia de hoje (01/04/2016), devido à omissão da VIGEP, esses efeitos perversos estarão sendo sentidos por cerca de 200 colegas cujas funções foram extintas. Com o desenrolar da reestruturação e a extinção de outras estruturas, o efeito chegará a um número bem maior de pessoas. Não sei se a VIGEP conseguirá melhorar sua atuação e oferecer mais à frente mecanismos básicos de aproveitamento adequado das pessoas, mas o fato é que até agora isso não aconteceu e a conta será paga pelos trabalhadores atingidos e pela própria Empresa.
A conduta irresponsável da gestão no trato das pessoas do quadro próprio continua fazendo vítimas entre os que mais produziram resultados durante sua vida profissional.
Isso tem que mudar!
Parabéns pela clareza, objetividade e coragem. Me orgulho em ter um representante dos trabalhadores com tal capacidade.
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirMas no caso destes 200 companheiros eles irão incorporar o valor da função ou terão que entrar na justiça mesmo já tendo decisão do TST a respeito
ResponderExcluirSei que não é o assunto do artigo, mas quero voltar ao assunto. É incrível o número de colegas que em redes sociais dizem que o rombo dos Correios é mentira. Usam argumentos como aumento de registrados e carta simples. Infelizmente fecham os olhos pra realidade. Nosso processo produtivo é caro demais. Formado em sua maioria por pessoas sendo que a carga de gastos com pessoal aumenta exponencialmente. A receita está caindo. Trabalho em agencia e vejo a cada dia as agência mais cheias de serviços baratos (posta restante, pgto de boleto que geram centavos) enquanto o filé vai pra concorrência. Carta não da lucro. Custo cada vez maior (não quero entrar no.mérito da culpa) com empregados. Pra cada 10 trabalhando dois esta o de atestado. Custo com insumos aumentam drasticamente. E o pessoal acha que carta simples de 1,05 ou registrado de 5,55 vai gerar um lucro maior que o custo fixo e variável da empresa. Msm o filé, que é a encomenda, tem custo alto. Vejam o processo produtivo de um CEE. Uma bagunça. Uma simples esteira, barata, sem superfaturamento, elétrica, meia boca, melhoraria e muito o tempo de produção de um Cee. Um sistema rápido e funcional, que não pergunte três perguntas em telas diferentes, diminuiria o custo de produção de uma agência. Mas uma coisa é certa. A empresa esta no vermelho sim. Nao dsejam como o marido traído, que não acredita qdo o amigo fala e depois qdo pegam no flagra choram e reclamam que deveria saber antes
ResponderExcluirColega que não se identificou: você tem razão. A tentativa de negação dos resultados só confunde ainda mais as pessoas; não ajuda a compreender o quadro atual e por que chegamos a ele.
ExcluirMuita coisa tem que mudar na organização,que draga que esses caras estão deixando a empresa.
ResponderExcluirEdson, como não há mais ITF, terão todos que entrar na justiça. Todos ganharão, em um dois ou três anos, a Empresa gastará muito mais com isso, ficará com sua imagem ainda pior na justiça do trabalho e os trabalhadores em questão ficarão penalizados até obterem a decisão judicial. É assim que a Empresa está sendo administrada.
ResponderExcluirMarcos,
ResponderExcluirA questão básica nem é essa da perda pela retirada da gratificação.
O problema maior foi o tratamento que foi dado a cada profissional desses, que não teve nenhum amparo ou assistência da empresa como um todo, em todos os aspectos imagináveis e até dos gestores.
E mais ainda a perda do conhecimento que se terá, aliado a falta de adoção de providências normais do dia a dia da empresa, que farão muita falta, porque em muitos casos não haverá mais acompanhamento, não haverá mais controle, e as coisas seguirão ao sabor dos ventos.
É uma pena chegarmos a esse ponto.
Obrigado, Paulo. É realmente uma pena!
ExcluirOlá Marcos César, bom dia!
ResponderExcluirLamentavelmente, fiz parte dos cerca de 200 empregados que perderam a função,em 01/04, em virtude da extinção de órgão (APEGE/MG). Aliás, é a 3a vez que passo por essa situação desde que começou a ocorrer o aparelhamento político para ocupação de funções na ECT.
Concordo plenamente com você sobre a inexistência de uma política de RH capaz de desenvolver e estimular as pessoas e tratá-las com um mínimo de dignidade - o que era de se esperar de uma empresa que pretende se tornar de classe mundial em 2020.
Pela minha formação e especiaização em gestão de pessoas,posso afirmar que a VIGEP está longe de se posicionar estrategicamente e participar das grandes discussões que ocorrem na alta direção da empresa, com VOZ ATIVA. Assim, como obter o engajamento, buscar os resultados e desafios se as pessoas não estiverem engajadas e não forem lideradas para isso?
Mas, acredito FIRMEMENTE que a vontade de fazer acontecer será infinitamente maior do que o desejo de destruir...
Márcia Brito - COSUP/MG
Obrigado pelo depoimento, Márcia. Esperemos que esse quadro mude e que as pessoas recebam mais respeito em situações como a de uma reestruturação.
Excluir