sexta-feira, 1 de abril de 2016

Reestruturação - empregados ocupantes de função gratificada nas estruturas em extinção

Nos últimos meses, recebi inúmeras mensagens a respeito da situação dos empregados ocupantes de função gratificada nas estruturas em extinção.

Os colegas se preocupavam com o que ocorreria com eles após a interrupção do pagamento das referidas funções. Como seria seu aproveitamento? Haveria um mecanismo similar aos já instituídos no passado e extintos na gestão do ex-VIGEP, para incorporação automática de função, já que há uma súmula do TST que reconhece, essa incorporação como direito adquirido (mais de dez anos de exercício na função)? A Empresa ofereceria algum PDV ou PDIA adequado ao perfil desses trabalhadores?

Em minha opinião, qualquer reestruturação nos Correios demandaria alguns requisitos básicos para ter sucesso, sendo um deles a participação efetiva da VIGEP - Vice-Presidência de Gestão de Pessoas e o consequente desenvolvimento prévio de mecanismos voltados para essas três questões levantadas pelos colegas: um bom plano de aproveitamento das pessoas na nova estrutura, um mecanismo automático que garantisse a estabilidade financeira daqueles que se enquadrassem nos critérios da súmula do TST  e adequado plano de desligamento incentivado.

Tais medidas não interessariam apenas aos trabalhadores; pelo contrário, seriam ainda mais importantes para a Empresa, que economizaria com elas e ainda motivaria os trabalhadores atingidos.

Nada disso, porém, aconteceu. A VIGEP e sua assessoria terceirizada sabotaram o processo de reestruturação desde o início, se ausentando das discussões e reuniões, e deixando de fazer o que era de sua competência. Como conseqüência, a implantação da reestruturação está sendo feita com o sacrifício dos trabalhadores, especialmente daqueles que por tantos anos se empenharam em liderar equipes nas estruturas que vão sendo desmontadas. . 

A partir do dia de hoje (01/04/2016), devido à omissão da VIGEP, esses efeitos perversos estarão sendo sentidos por cerca de 200 colegas cujas funções foram extintas. Com o desenrolar da reestruturação e a extinção de outras estruturas, o efeito chegará a um número bem maior de pessoas. Não sei se a VIGEP conseguirá melhorar sua atuação e oferecer mais à frente mecanismos básicos de aproveitamento adequado das pessoas, mas o fato é que até agora isso não aconteceu e a conta será paga pelos trabalhadores atingidos e pela própria Empresa.

A conduta irresponsável da gestão no trato das pessoas do quadro próprio continua fazendo vítimas entre os que mais produziram resultados durante sua vida profissional. 

Isso tem que mudar!

11 comentários:

  1. Parabéns pela clareza, objetividade e coragem. Me orgulho em ter um representante dos trabalhadores com tal capacidade.

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  2. Mas no caso destes 200 companheiros eles irão incorporar o valor da função ou terão que entrar na justiça mesmo já tendo decisão do TST a respeito

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  3. Sei que não é o assunto do artigo, mas quero voltar ao assunto. É incrível o número de colegas que em redes sociais dizem que o rombo dos Correios é mentira. Usam argumentos como aumento de registrados e carta simples. Infelizmente fecham os olhos pra realidade. Nosso processo produtivo é caro demais. Formado em sua maioria por pessoas sendo que a carga de gastos com pessoal aumenta exponencialmente. A receita está caindo. Trabalho em agencia e vejo a cada dia as agência mais cheias de serviços baratos (posta restante, pgto de boleto que geram centavos) enquanto o filé vai pra concorrência. Carta não da lucro. Custo cada vez maior (não quero entrar no.mérito da culpa) com empregados. Pra cada 10 trabalhando dois esta o de atestado. Custo com insumos aumentam drasticamente. E o pessoal acha que carta simples de 1,05 ou registrado de 5,55 vai gerar um lucro maior que o custo fixo e variável da empresa. Msm o filé, que é a encomenda, tem custo alto. Vejam o processo produtivo de um CEE. Uma bagunça. Uma simples esteira, barata, sem superfaturamento, elétrica, meia boca, melhoraria e muito o tempo de produção de um Cee. Um sistema rápido e funcional, que não pergunte três perguntas em telas diferentes, diminuiria o custo de produção de uma agência. Mas uma coisa é certa. A empresa esta no vermelho sim. Nao dsejam como o marido traído, que não acredita qdo o amigo fala e depois qdo pegam no flagra choram e reclamam que deveria saber antes

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    1. Colega que não se identificou: você tem razão. A tentativa de negação dos resultados só confunde ainda mais as pessoas; não ajuda a compreender o quadro atual e por que chegamos a ele.

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  4. Muita coisa tem que mudar na organização,que draga que esses caras estão deixando a empresa.

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  5. Edson, como não há mais ITF, terão todos que entrar na justiça. Todos ganharão, em um dois ou três anos, a Empresa gastará muito mais com isso, ficará com sua imagem ainda pior na justiça do trabalho e os trabalhadores em questão ficarão penalizados até obterem a decisão judicial. É assim que a Empresa está sendo administrada.

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  6. Marcos,
    A questão básica nem é essa da perda pela retirada da gratificação.
    O problema maior foi o tratamento que foi dado a cada profissional desses, que não teve nenhum amparo ou assistência da empresa como um todo, em todos os aspectos imagináveis e até dos gestores.
    E mais ainda a perda do conhecimento que se terá, aliado a falta de adoção de providências normais do dia a dia da empresa, que farão muita falta, porque em muitos casos não haverá mais acompanhamento, não haverá mais controle, e as coisas seguirão ao sabor dos ventos.
    É uma pena chegarmos a esse ponto.

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  7. Olá Marcos César, bom dia!
    Lamentavelmente, fiz parte dos cerca de 200 empregados que perderam a função,em 01/04, em virtude da extinção de órgão (APEGE/MG). Aliás, é a 3a vez que passo por essa situação desde que começou a ocorrer o aparelhamento político para ocupação de funções na ECT.
    Concordo plenamente com você sobre a inexistência de uma política de RH capaz de desenvolver e estimular as pessoas e tratá-las com um mínimo de dignidade - o que era de se esperar de uma empresa que pretende se tornar de classe mundial em 2020.
    Pela minha formação e especiaização em gestão de pessoas,posso afirmar que a VIGEP está longe de se posicionar estrategicamente e participar das grandes discussões que ocorrem na alta direção da empresa, com VOZ ATIVA. Assim, como obter o engajamento, buscar os resultados e desafios se as pessoas não estiverem engajadas e não forem lideradas para isso?
    Mas, acredito FIRMEMENTE que a vontade de fazer acontecer será infinitamente maior do que o desejo de destruir...
    Márcia Brito - COSUP/MG

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    1. Obrigado pelo depoimento, Márcia. Esperemos que esse quadro mude e que as pessoas recebam mais respeito em situações como a de uma reestruturação.

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