Nos próximos dias, a Empresa estará divulgando seus resultados em 2015.
Não tivemos ainda a apresentação, no conselho de administração, dos números finais, mas já se pode antever com segurança, pelo que tem dito o Presidente a Empresa e pelos informes anteriores apresentados no colegiado, que o prejuízo de 2015 constituirá o pior resultado da história dos Correios, ultrapassando a casa dos dois bilhões de reais.
É verdade que em 2015 inúmeras companhias fecharam seus balanços no vermelho, em função do mercado, mas isso, de qualquer forma, não justifica sozinho o ocorrido, já que os Correios vinham de um lucro de mais de R$ 1 bilhão pouco anos atrás e as curvas de demanda de cartas e de encomendas estavam entre o estável e o discretamente crescente.
O que nos levou, então a esse quadro?
Primeiramente, é necessário considerar o quanto os Correios perderam por não ter havido tempestivas correções de tarifa nos últimos anos. Só em 2015, essa perda alcançou algumas centenas de milhões de reais. Assim, apesar de nossos alertas e apelos nas reuniões do colegiado e até em correspondência enviada diretamente para o Ministro da Fazenda, não logramos êxito na empreitada de corrigir esta situação, que remonta a 2014.
Outro fator que contribuiu negativamente para os resultados da Empresa foi a política agressiva de recolhimento de dividendos dos Correios pelo Tesouro Nacional nos últimos anos, em nível muito superior ao mínimo previsto na Lei nº 6404/76, que é de 25% do lucro. Sem poder utilizar praticamente nada de seus próprios resultados, a Empresa teve que retirar de seu caixa os recursos para fazer seus investimentos, pagar PLR etc e, com isso, se descapitalizou.
E um terceiro fator a considerar foi o patrocínio da Rio 2016, que consumirá outras centenas de milhões de reais no biênio 2015/2016, cifra completamente fora da curva histórica de investimentos em patrocínios pelos Correios.
Esses três fatos, provocados pelo acionista (Governo Federal) tiveram um peso muito significativo na virada de resultados da Empresa e não podem ser relevados. É certo que a gestão da Empresa tem sua responsabilidade e deve ser cobrada por isso. Mas não se pode deixar de perceber que o acionista (Governo Federal) teve papel decisivo no agravamento da situação econômica dos Correios. Se as tarifas tivessem sido corrigidas tempestivamente, a Empresa tivesse recolhido ao Tesouro dividendos em níveis adequados e a cota de patrocínio da Rio 2016 estivesse dentro da realidade histórica da Empresa, os resultados alcançados seriam outros muito diferentes dos registrados.
A oportuna análise do balanço e de outras informações que a Empresa divulga habitualmente sobre seus resultados anuais possibilitará compreender melhor a situação e quantificar adequadamente esses fatores aqui tratados.
A oportuna análise do balanço e de outras informações que a Empresa divulga habitualmente sobre seus resultados anuais possibilitará compreender melhor a situação e quantificar adequadamente esses fatores aqui tratados.
Desculpe-me a ignorância, mas pagamento de PLR? Até onde sei não houve tal pagamento em 2015. Sugiro refazer sua lista de fatores negativos, e culpabilizar ao governo e à antiga administração com outra seleção.
ResponderExcluirPezão, não me referia apenas a 2015 mas aos "últimos anos".
ExcluirMarcos, é possível fazer um levantamento de quanto os Correios pagaram de dividendos ao Governo Federal nos últimos anos?
ResponderExcluirÉ interessante que os trabalhadores tenha essa dimensão, de quantos milhões saíram do cofre da empresa para as contas do Governo Federal.
Leonardo, é possível que este dado esteja nas demonstrações que a Empresa apresentará na próxima reunião do CA, pois temos pedido que isso seja apontado, assim como a estimativa oficial de perda de receitas por não reajuste tempestivo de tarifas.
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