domingo, 6 de novembro de 2016

O aparelhamento político-partidário dos Correios e a queda dos resultados empresariais

Quando o Governo Federal confia uma estatal a um grupo político, como tem acontecido sistematicamente com os Correios e com outras estatais brasileiras, coloca em risco a própria sobrevivência da organização, pois a gestão de um grande empreendimento demanda um conjunto de qualidades que não são comuns a políticos, mas sim a gestores devidamente qualificados e experientes.
Urnas eleitorais nos permitem escolher representantes para legislar, para nos representar no Congresso, o que é muito diferente do cotidiano de uma grande empresa, que demanda de sua direção outras qualidades, conhecimentos e experiências. 
Ex-parlamentares podem falar bem, ter boas relações no Congresso ou no Governo Federal, mas o que isso tem a ver com a direção ou com o assessoramento superior de uma estatal, que é uma grande empresa como outra qualquer, com demandas de decisões relacionadas a negócios, operações e administração?
Uma estatal precisa na verdade de bons gestores, bem contratados, treinados e sistematicamente avaliados. Não precisa de políticos nem de seus indicados, que furam filas para ocupar posições que tecnicamente deveriam ser confiadas a outros.
Ignorar isso e "entregar" a estatal a um partido ou a um grupo político acaba produzindo um quadro como o que se instalou nos Correios nos últimos anos, com resultados decrescentes em todos os aspectos. E chega a ser ofensivo para os trabalhadores ouvir cada político ou indicado se apresentar como o "salvador da Pátria", que chega para "tirar a Empresa do buraco", quando, na verdade, em geral nem condições técnicas possuem para somar esforços ao que já vem sendo feito.
Um caso emblemático que ocorre em paralelo nos mostra que, com vontade, é possível mudar essa história. Falo da PETROBRAS, que, em poucos meses, deixou de ser um "caso perdido" e tem reconquistado a confiança do mercado com decisões tecnicamente balizadas e sem interferência política na gestão.
O mesmo remédio cabe nos Correios. E o Governo Federal deveria saber disso.

3 comentários:

  1. O remédio,ainda vai ser muito amargo na tentativa de correção disso tudo.

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    1. Bote amargo nisso!
      Excelentes técnicos estão "jogando a toalha". PDI

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  2. Tomando as medidas tecnicamente e valorizando a competência certamente os CORREIOS voltarão a ser uma grande empresa que historicamente a população conheceu.

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