quarta-feira, 9 de maio de 2018

Fechamento de agências - falácias, mentiras e parametrização conveniente

A cada dia que passa, fico mais envergonhado com o projeto de fechamento de agências próprias da Empresa.

Há questões bem óbvias que fazem questão de esquecer ou omitir, para justificar esse malfadado projeto:

- A rede de agências próprias é mais antiga que a rede terceirizada (franqueadas); assim, se alguma "sombra" foi criada, decorreu da instalação de agências franqueadas em locais onde não deveriam estar.

- Se a questão é economizar recursos, como alega a direção da Empresa, seria muito mais simples fechar as franquias que vieram criar sombras a agências que já existiam e absorver o serviço nas unidades próprias. Imediatamente seriam economizadas as comissões hoje pagas às franquias e essa economia seria conhecida e certa, diferente do que adviria com a nefasta proposta de demissão de empregados do quadro próprio. No limite, fechando todas as agências franqueadas, se teria imediatamente uma economia anual de cerca de um bilhão e meio de reais. Porém, alternativas que impactem a rede franqueada, não são nem cogitadas, pois a intenção parece ser exatamente o oposto - fechar unidades próprias alegando pseudo-economias para enriquecer ainda mais os franqueados.

- A população não pode ser melhor atendida após o fechamento de unidades, como apregoa a direção, pois terá que se deslocar mais para encontrar uma agência e, quando lá chegar, haverá mais clientes disputando para serem atendidos.

- As unidades próprias estão sendo penalizadas em suas receitas por diversas decisões da administração central que impactam nos seus resultados. Em decorrência do forte contingenciamento imposto pela área financeira da Empresa, essas unidades enfrentam falta sistemática de produtos, como caixas de encomenda por exemplo, e de recursos para atender mais clientes. Isso sem contar as decisões que possibilitaram aos franqueados simplesmente capturar clientes que já eram atendidos por contratos comerciais nas agências próprias. Assim, decisões tomadas na cúpula da Empresa impactam os resultados das agências próprias, os quais, depois, são usados para tentar justificar seu fechamento.

- O conceito de agência deficitária é também algo que está sendo usado para tornar ruins os desempenhos de unidades que sempre foram vistas como bem lucrativas; basta, por exemplo, considerar que são deficitárias as agências que não arrecadarem "x" vezes o que têm de despesas para colocar no rol de fechamentos unidades produtivas e que jamais deveriam ser fechadas. Tratar unidades de uma cadeia logística de forma isolada para avaliar-lhes a lucratividade é uma sandice digna de quem efetivamente não conhece o negócio postal.

Espero que os órgãos de controle analisem com profundidade esta insanidade que a Diretoria dos Correios tenta colocar de pé, utilizando toda a sorte de argumentos falaciosos, de mentiras, como a de que a população será melhor atendida, e de parametrizações convenientes, urdidas para tornar deficitárias unidades que jamais poderiam assim ser consideradas. 

E que determinem a paralisação deste projeto, a bem da sociedade brasileira.

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