quinta-feira, 8 de maio de 2014

Concurso Público - de mera rotina a questão estratégica

Em um período dos anos de 2011 e 2012, tive oportunidade de integrar um grupo de trabalho multidisciplinar que estudou em profundidade o tema "qualidade" na Empresa. Como normalmente ocorre com relação a esse tema, o diagnóstico realizado apontou inúmeras causas que contribuíam para o não atingimento das metas. Dentre essas, a causa que se mostrava mais determinante era então a falta de pessoal. Na ocasião, a Empresa vinha de um período de mais de dois anos sem realizar concurso público e havia inúmeras vagas não preenchidas nas unidades operacionais, ocasionando sobrecargas e outros efeitos que resultavam, ao final, na queda da qualidade de nossos serviços.
Após as contratações feitas e mais algumas medidas adotadas, o quadro geral de qualidade da Empresa evoluiu, demonstrando que o diagnóstico a as medidas apontadas como necessárias estavam corretas. 
Com o passar do tempo, porém, em diversas localidades o cadastro de candidatos aprovados foi sendo esgotado e um novo concurso passou a ser necessário. 
Como sabíamos dos efeitos que a não reposição de pessoal poderia acarretar para a Empresa, passamos a cobrar a realização do concurso público desde que assumimos a posição de conselheiro, em meados de 2013.
Numa reunião do Conselho de Administração em que o assunto foi apresentado, a data de outubro/2013 foi trazida como previsão da área de gestão de pessoas para a realização do concurso. Isso, infelizmente não ocorreu. Nem em outubro nem nos meses seguintes. E algo que até alguns anos era rotina na Empresa - a realização de concursos públicos para simples reposição de vagas em aberto - passou novamente a preocupar pelo menos um dos membros do conselho de administração, pelo impacto que pode trazer para os negócios e para a imagem da Empresa.
Nos contatos com as lideranças das representações de trabalhadores e com os próprios colegas, tenho recebido cobranças sobre este tema, pois os vazios já se multiplicam, e, como sempre, começando pelos principais mercados. Compreendo tais preocupações e gostaria de poder fazer algo além do que já fiz, ao enfatizar esse assunto meses atrás em diversos fóruns, incluindo o próprio Conselho de Administração. Nestas ocasiões, ressaltávamos sempre o fato de que 2014 seria um ano atípico, em função das eleições e da copa, e que, por isso, precisávamos cuidar logo em 2013 do assunto.
Espero que os líderes da Empresa percebam que somos, acima de tudo, uma organização de pessoas, cujas posições de trabalho, notadamente as operacionais, precisam sempre estar devidamente cobertas, pois isso é fundamental para assegurar o cumprimento dos compromissos de qualidade assumidos com nossos clientes e com a sociedade.

2 comentários:

  1. Eu nunca vi um assunto tão enrolado como este de falta de concurso público nos Correios. Me desculpe mas parece que falta competência para cuidar do assunto pois ano entra e ano sai e nada do concurso. Aqui na DR SPI estão gastando uma fortuna com passagens, hospedagem e diárias para cobrir a falta de pessoal na Região de Campinas e o concurso não sai. Com a palavra a Direção dos Correios.

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    1. Edgard, gostaria que as decisões na empresa tivessem a mesma velocidade e atenção que são dadas as indicações políticas, com certeza muitos de nossos problemas cotidianos seriam resolvidos. Na área operacional, onde trabalho, se você deixa de fazer alguma tarefa que cause prejuízo a empresa, você é responsabilizado, penso eu que alguém, em algum lugar falhou em realizar o concurso e isto está gerando um prejuízo enorme para empresa, com deslocamentos, diárias, horas extras, fica a pergunta, quem será responsabilizado por esta conta?

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