segunda-feira, 7 de maio de 2018

Fechamento de agências - posicionamento do conselheiro



Em função da divulgação pela imprensa de notícia a respeito de projeto de fechamento de agências e das inúmeras indagações então recebidas de colegas sobre meu posicionamento com relação ao assunto no Conselho de Administração, informo o seguinte:

  • o projeto foi apreciado pelo Conselho de Administração na 3ª reunião ordinária, ocorrida em 28/03/18

  • na oportunidade, votei contra a proposição, em voto extenso e circunstanciado, no qual demonstrei os inúmeros problemas de forma existentes, relacionados a ausências de pareceres que entendia indispensáveis e à fragilidade dos estudos de impacto financeiro, que sequer alcançavam outras alternativas de encaminhamento possível, como, por exemplo, o fechamento das agências franqueadas que se encontravam em área de sombra e não o inverso;

  • como a proposição foi aprovada, por seis votos a um, apesar do extenso e detalhado voto que apresentei, e considerando que, em minha opinião, a proposta jamais poderia ser aprovada com tantas inconsistências e desconformidades, formulei, no dia 02/04/2018, representação ao TCU, a qual recebeu o número TC 010.770/2018-6 e se encontra em curso de coleta de informações pelo Tribunal junto à Empresa, sob responsabilidade da Ministra Ana Arraes e cuidada também pelo Ministro-Substituto André Luís de Carvalho.

  • posteriormente, encaminhei cópia da representação para a CGU, de forma que aquele órgão possa também analisar e acompanhar o assunto.

Além das questões de forma tratadas no voto que apresentei e na representação ao TCU, entendo que o projeto em si tem problemas graves de concepção que precisariam ser tratados de forma mais aprofundada pelas áreas técnicas da Empresa, ressaltando que não bastam lâminas de power point elaboradas por consultorias para embasar decisões tão sérias como esta.

Um tema assim precisa estar devidamente estudado pelas áreas técnicas da Empresa, que efetivamente conhecem a situação, o que não acontece com apressadas consultorias, induzidas pelo ímpeto governamental de reduzir o Estado a qualquer preço, e amadurecido interna e externamente, antes de ser levado às instâncias superiores para deliberação, até mesmo para a segurança dos dirigentes que o apreciarão.

Neste caso, chegamos ao absurdo de saber, pela imprensa, que a Diretoria Executiva aprovou a proposta sem sequer ter visto a lista de agências a serem fechadas, algo completamente inimaginável numa grande empresa como os Correios, que tem compromissos sérios com a sociedade. E que agora, depois do ocorrido, o Presidente da Empresa vai rever pessoalmente cada um dos casos!? As coisas definitivamente não deveriam acontecer assim.

Tivemos, neste episódio de aprovação de uma proposta mal elaborada e incompleta, mais uma prova dos efeitos que indicações meramente políticas para os órgãos superiores da Empresa - Diretoria Executiva e Conselho de Administração - pode provocar, independentemente dos alertas e votos formalmente apresentados por este conselheiro.

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